sábado, 31 de outubro de 2009

minhas ilusões

MINHAS ILUSÕES
Asas e leões despedaçados...

Espera... do verbo nunca.

Lola
A esperança é um serial killer.
É o que sobra de nosso filme de terror cotidiano...
Da nossa rotina apolínica...
Da nossa pulsão de morte.
Mãe dos recalques e ressentimentos que assombram os nossos sonhos ... ou seriam pesadelos dionisíacos (bacanais).
A esperança é vampiro.
É zumbi.
É o demônio que ninguém se atreve exorcizar.
Mal hálito.
É esgoto, é febre, é medo de descobrir o nada que há além dessa existência natural/biológica.
Disfarçada em carta de baralho, meio chocolate, flores encontradas pelo caminho, palavras entrecruzadas, contos, poesias... em portas de botecos... um ou outro quase beijos... acorde: bela adormecida dos bancos de madeira - é a esperança, disfarçada de armadura que te veste para a próxima travessura cruel.



Mais um de meus delícios

O Psicanalista
http://br.olhares.com/Watanuki
... você me ligou, eu preparava o almoço, me perguntou se podíamos conversar nesse momento, lhe disse se preferia carne com batata ou carne de panela acompanhada com purê de batata... ficou um vazio... não sabia se queria rir... desligar talvez... me fazer alguma pergunta embaraçosa como seu costume ou, simplesmente, dizer que eu não lhe despertava o apetite...
... me ofereceu mais um espaço em sua agenda restrita (que bondade) ... ínfimo buraco negro... pensei em aceitar de pronto, sem pensar em outras racionalizações, já que era o único espaço em que iríamos dividir (ouvidos inquisitivos, olhos sabatinadores , atenção lógica), mas disse não, outros compromissos, queria mais. Porém não me encontrava em situação confortável para negociar. Parecia dicidido a manter-me em seu receptáculo de observação... utilizando-se de todos os meios físicos e metafísicos para evitar um contato/contágio... ainda não determinamos a patologia, como pode ser ou não transmitida, possíveis profilaxias... enfim... uma incógnita não deve ser ingerida. Estava de quarentena, provavelmente até quando for importante eu serei seu objeto, quando não mais, simplesmente mais um descarte, facilmente substituída por qualquer outra patética análise, é um ofício, um tripalium... afinal, não tenho nada para não ser feliz.
Obs:  o telefone tocou...

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Mais uma de Alice...

Para Tatiana
http://br.olhares.com/Watanuki
Não é fácil ser Alice nesse universo de naipes desgraçado.
Acompanhada por uma consciência vira-latas, que só a leva por caminhos de dúvidas, em busca de uma utópica saída para sua existência azarada e sem milagres.
Alice esbarra em tudo, em todos, tropeça, se esfrega acidental e propositadamente, incomoda e irrita, tira dos trilhos, da trilha, da rotina... Doida quer mudar o não-eu, essa tolinha, mal consegue suportar o seu eu...
Entre um furacão hegeliano e outro, quer chegar ao absoluto, o que quer desvairada?
Como os heróis contemporâneos, sem sacrificar nada, quer saborear a glória que só poderia ser aplaudida pelos comuns que ficam, herói não degusta vitória, herói morre, é o preço... que não quer pagar.
Ilude-se em orientar espantalhos (pérola a porcos) em salas desgastadas pelo descaso, pelo vandalismo das estacas de suas ignirâncias, reles almas de bronze.
Saca um abridor de latas de seu "imborná" para fatiar uma armadura de cavaleiro da Mancha que encontra-se vazia, sentimentos enferrujados, falta-lhe óleo, Alice o tem de sobra entre as coxas ... quer besuntá-lo para que possa julgar melhor sua marcha, longas e desajeitadas caminhadas...
Coragem (alma de prata), ah leão de tantos agostos mascarados, totêmicos, não passa de mito seu rugido, teme olhos negros e doces de Alice (que nada teme - nem o ridículo que se escorre em páginas de jornal, nem a poliandria de seus passos para estradas de valiosas pedras que serão atiradas a sua alma de Geni), não tema, não passa de outro mitos que não é puta, não é santa, nem tão pouco sagrada, nem ao menos profana... É apenas Alice, entre fumaças frenéticas e inebriantes (como as musas dos oráculos), entre a correria do tempo que lhe castiga durante o dia: pelo que acaba e não vive; durante a noite: pelo que vive e acaba, uma idéia constante de perda...
Surreal são suas refeições que devora sua antropofagia, sem preliminares ou fartura... flores que vis em lugares e cores artificiais (pintadas para agradar sua ilusão), mãe castradora (cortem a cabeça - alma de ouro).
O que pensar de Alice? Senão que é uma masturbadora que vive em função dos pousos de moscas sobre seu critóris em riste.
Sr. Coelho
http://br.olhares.com/Watanuki

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Fim?

Não gosto de filmes que não acabam...
Odeio filmes simplistas...
Detesto filmes óbvios...
O imprevisível é descobrir que não se gosta mais do seu enredo.
Não quer mais se maquear...
O figurino não cabe mais...
O texto está repetitivo (clichê)
Os figurantes já estão se envolvendo na trama.
Não quero mais participar desse seu espetáculo de palavras cruzadas, farpas e doces... trocadas entre caixas embucetadas entre uma pandora ridícula em seus sentimentos confusos, teimosos e patéticos... e um coringa/arlequim/bufão zombador das dores que não sente... muitas faces, personagens, máscaras, personalidades, para pouco espaço... estou com um pressentimento ruim... desses que sentimos no fim de filmes que nos surpreendem com seus desfechos, um nó, o novelo chegou ao fim... The end.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

sábado, 24 de outubro de 2009

Coisas que marcam...

Por mais que o outro lado do espelho me apaixone... eu preciso respirar...
http://www.youtube.com/watch?v=Vo_0UXRY_rY


Quando as coisas perdem o sentido é por que chegaram ao seu limite?
http://www.youtube.com/watch?v=eLoQteiJNOU

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

A caixa



A caixa estava vazia
Adornada por promessas, desculpas e esquivas
Pandora descabelada salivou a procura
Queria néctar, ambrosia, serpentes, cicuta, um tiro, uma forca, guilhotina (quem sabe?),
Mas nada a lhe esperar ... sem fogueira, abismos ou pranchas ao mar...
Uma garrafa na praia?
Um sinal de fumaça?
Códigos morses?...
Escrita cuneiforme?...
Ideogramas?...
Hieroglifos?...
Caixa vazia!
Sem sorte.
(Queria a metade da metade da metade...)

Era a sua vez... Rapunzel...

http://www.youtube.com/watch?v=-PWV4nxcH_c



Rapunzel, por que cortaste tuas tranças?
Será que eram apenas pesos, tão exaustivos como sua espera na torre?
Dama das longas madeixas...
Desistiu de sua dorotisse, nem tão  Dulcinéia Del Toboso de um Quixote vencido, nem tão Dorothy de um Oz desfacelado em copos de cerveja barata... menos ainda fada ou Ninfa com fios de uma Ariadne atada ao labirinto sem Minotauros ou Faunos ou Elfos descalços, entrelaçados em sua franja falsa, em sua falsa cabeleira de Medusa. 
Medéia? Atéia? ... ateia fogo as teias da sua gandaia...
Para que longas tranças se ninguém quer trepar para resgatá-la desse altar metafísico... onde só goza em sonhos... tranças sem transa... inúteis adereços para cabeças em corpos invisíveis... maldição dos que pensam...
Rapunzel sem forças, sem graça, das "tranças-escadas" para príncipes (principiantes) com acrofobia...
Cegos por tombos em espinhos algozes dos seus muitos aniversários...
Desgraças de não gozos.
Longos cabelos pelo chão... corpo "quase" pelado...
Rapunzel, castigada por meros rabanetes, rabo intocado... rabo de cavalo... arrastando-se agora pelo chão... sem colo, pelo seu colo seu cabelos vão caindo... formam um tapete onde os tolos se embaraçam por não saber se agora ainda há uma Rapunzel ou a miragem de uma égua tosada a trotar para longe...
Sem tranças despencam-se as torres e removem-se os que indicam que ainda sobrou razão em seu ato.

FRIDA KAHLO
Auto-retrato com Cabelo Cortado (na inscrição acima de Frida, lê-se:
“Mira que si te quise, fué por el pelo, ahora que estás pelona, ya no te quiero”
- Olha, se te amei foi pelo teu cabelo, agora que estás careca já não te quero.)

ÉTICA - AULA 6

ÉTICA II

Ética: é a área da filosofia que investiga os problemas colocados pelo agir humano enquanto relacionado com valores morais. Busca assim discutir e fundamentar os juízos de valor a que se referem as ações quando neles fundam seus objetivos, critérios e fins.
(ANTONIO JOAQUIM SEVERINO)


REVISANDO OS PRINCIPAIS CONCEITOS

»A ética não se confunde com a moral.
A moral é a regulação dos valores e comportamentos
 Considerados legítimos por:
Uma determinada sociedade
Um povo
Uma religião
Uma certa tradição cultural
Há morais específicas/grupos sociais mais restritos:
Uma instituição pública/privada
Um partido político



TODA AÇÃO É MORAL?

»Há muitas e diversas morais
Uma moral é um fenômeno social particular
 Não tem compromisso com a universalidade
 Com o que é válido e de direito para todos os homens
 Exceto quando atacada:
Justifica-se se dizendo universal, supostamente válida para todos.
Mas, então, todas e quaisquer normas morais são legítimas?



DA MORAL À ÉTICA

Não deveria existir alguma forma de julgamento da validade das morais?
Existe
Essa forma é o que chamamos de ÉTICA.
A ética é uma reflexão crítica sobre a moralidade.
Mas ela não é puramente teoria.
A ética é um conjunto de princípios e disposições voltados para a ação.
Historicamente produzidos
Balizador das ações humanas


FUNÇÃO DA ÉTICA

Ética
Referência para os seres humanos em sociedade,
Cada vez mais humana.
Pode e deve ser incorporada pelos indivíduos
Sob a forma de uma atitude diante da vida cotidiana
Capaz de julgar criticamente os apelos a críticos da moral vigente
Porém
Ética e moral
Não são um conjunto de verdades
Fixas, imutáveis
Estão em tensão permanente
Ética: função
A ética historicamente
Se move
Se amplia 
Se adensa
Ex.: A escravidão foi considerada "natural".


CARACTERÍSTICAS DA ÉTICA

A ética
Ilumina a consciência humana
Sustenta e dirige as ações do homem
Norteia a conduta individual e social. 
É um produto histórico-cultural
Define para cada cultura e sociedade:
O que é virtude
O que é bom ou mal
Certo ou errado
Permitido ou proibido


ÉTICA UNIVERSAL

 Ética é universal
 Quando estabelece um código de condutas morais
 Válidos para todos os membros de uma determinada sociedade


ÉTICA RELATIVA

Ética é relativa
Ao contexto onde vivem e agem os sujeitos  éticos
Social
Político
econômico


 POR QUE A ÉTICA É NECESSÁRIA E IMPORTANTE? 

A ética
Principal regulador do desenvolvimento histórico-cultural da humanidade.
Referência a princípios humanitários fundamentais comuns a todos os povos, nações, religiões
Sem as quais
A humanidade já teria se despedaçado até à autodestruição. 


DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS

A ética não garante o progresso moral da humanidade.
Princípios (da teoria a prática: cumprimento)
Justiça
Igualdade de direitos
Dignidade da pessoa humana
Cidadania plena
A "declaração universal dos direitos humanos", pela ONU (1948)
Demonstração de o quanto a ética é necessária e importante.
Como teoria dos acordos da nações, para sua prática.


CUMPRIMENTO DAS NORMAS ÉTICAS

Constituições brasileira incorporou as normas da ONU em 1988
É preciso que cada cidadão e cidadã incorporem esses princípios como uma atitude prática diante da vida cotidiana
Pautar-se por eles: 
Exercício pleno da cidadania (ética) 
Colisão frontal com a moral vigente
Sob pressão dos interesses
econômicos e de mercado
Degenerações.


POR QUE SE FALA TANTO EM ÉTICA HOJE NO BRASIL?

Não só no Brasil se fala muito em ética hoje.
Mas temos motivos de sobra para nos preocuparmos com a ética no Brasil.
O fato é que em nosso país assistimos a uma degradação moral acelerada, principalmente na política.
 Ou será que essa baixeza moral sempre existiu?
Será que hoje ela está apenas vindo a público?
São motivos suficientes para uma reação ética dos cidadãos conscientes de sua cidadania.


ÉTICA NO BRASIL

Desenvolvimento econômico
Vigente no Brasil
Situações práticas contrárias aos princípios éticos:
Gera desigualdades crescentes
Gera injustiças
Rompe laços de solidariedade
Reduz ou extingue direitos
Lança populações inteiras a condições de vida cada vez mais indignas


NORMATIZAÇÃO DA BARBÁRIE

Convivendo com situações escandalosas
O enriquecimento ilícito de alguns
A impunidade de outros
A prosperidade da hipocrisia política de MUITOS
Se não reagir pelos direitos proclamados por nossa constituição.
Civis
Políticos
Sociais


ÉTICA E CONVIVÊNCIA HUMANA

Ética
Intimamente ligada
Convivência humana
Problemas da convivência humana
Geram o problema da ética


NECESSIDADE DA ÉTICA

Há necessidade de ética
Os seres humanos não vivem isolados
Os seres humanos convivem não por escolha
Convivência implica sua constituição vital.
Há necessidade de ética 
Porque há o outro ser humano
Imediato, próximo, com quem convivo, ou casual
No futuro (temporalidade)
Está presente em qualquer lugar (espacialidade)


EU E O OUTRO

O princípio fundamental que constitui a ética é este
O outro é um sujeito de direitos.
Sua vida deve ser digna tanto quanto a minha deve ser.


ÉTICA COMO FUNDAMENTO
Ver imagem em tamanho grande
Fundamento
Do direitos e da dignidade do outro
Sua própria vida e a sua liberdade (possibilidade)
Viver plenamente.


ÉTICA E AMOR

As obrigações éticas da convivência humana
Pautar
não apenas por aquilo que já temos
já realizamos
já somos
mas, tudo aquilo que poderemos vir a ter
 a realizar
a ser.
As nossas possibilidades de ser são:
parte de nossos direitos e de nossos deveres
partes da ética da convivência.
A atitude ética é uma atitude de amor pela humanidade.


AMOR A HUMANIDADE

Para Hannah Arendt (1906-1975):

“A pluralidade humana, condição básica da ação e do discurso, tem o duplo aspecto da igualdade e diferença. Se não fossem iguais, os homens seriam incapazes de compreender-se entre si e aos seus antepassados, ou de fazer planos para o futuro e prever as necessidades das gerações vindouras. Se não fossem diferentes, se cada ser humano não diferisse de todos os que existiram, existem ou virão a existir, os homens não precisariam do discurso ou da ação para se fazerem entender. Com simples sinais e sons poderiam comunicar as suas necessidades imediatas e idênticas.” 



TODAS AS IMAGENS FORAM RETIRADAS DA INTERNET - GOOGLE IMAGEM



Vídeo – Nós que aqui estamos por vós esperamos (1998)
Título Original: Nós Que Aqui Estamos Por Vós Esperamos
Gênero: Documentário
Origem/Ano: BRA/1999
Duração: 73 min
Direção: Marcelo Masagão


Bibliografia Complementar – Escritos de Filosofia IV: Introdução à Ética Filosófica 1 Cód. do Produto: 133614 HENRIQUE CLAUDIO DE LIMA VAZ




quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Encontro com um fantasma, sem ópera

http://www.youtube.com/watch?v=HqDKX2JFMm8





Sonhar contigo não é novidade...
Se há uma história, ela começou por minhas viagens noturnas em sua companhia...
Estivemos em tantos lugares e fazendo tantas coisas distintas...
Nos falamos e nos tocamos primeiro nos meus sonhos, pelo menos conversas intencionais...
Já acordei entre lágrimas, umidades entre as coxas, gozada e sorrindo... tantas formas de acordar ainda saboreando sua chegada e partida.
Usei tanto a sua insana e volátil presença nas sombras... são visitas bem vindas e bem recebidas pelos meus sentidos dormentes.
Abusei do seu sorriso... conversa... saliva e falo... (estou arrepiada de lembrar...) se é uma viagem da alma (o sonho) então isso justifica o meu vício... repetição leva a compulsão... é isso! Será?
Sonhos, quimeras de nossas vontades, desejos inconfessos e/ou impossíveis.
Sou a dama dos sonhos, dormindo e acordada relembrando ou inventando novos... (dama da noite, da boate azul, ou de tantas outras músicas para boêmios esfolados)
A ninfa doida adormecida
Entre o travesseiro, os lençóis e o edredon os gemidos e ofegantes pensamentos atordoados e heréticos.
Já me despiu, me vestiu, me cobriu e se permitiu ver me despindo para você...
me deu banho de chuveiro, de espuma, de língua e continuei molhada o dia todo... escorrendo nas vontades que suas visitas me provocam... aliás é de você... provocar, incitar, excitar, revolver espaços antes amornados...
Já almoçamos, jantamos (você come?) e tomamos muitos sorvetes juntos (adoro chupar) sabores e temperaturas atraídos por cheiros de vida, materialidade, existência... pulsão...
Essa noite me pegou em uma caminhada... (estou precisando)... e foi me acompanhando... rimos e conversamos sobre afetividades, afinidades, amenidades... falamos sobre a importância da caminhada para a oxigenação do cérebro... clarear as idéias... bem acompanhados... nos esbarrando... saindo faisca... o calor do seu braço... (quem sabe numa tarde mais folgada... ou numa manhã de sábado?) e como você anda muito rápido... tinha que te segurar para não ficar para trás... sua mão com dedos longos (aquele abraço de sábado)... e em meio ao passos acordei azeda. Tomei banho, fui para os afazeres e optei em comer chocolate sozinha... amargo.
0011.jpg image by recado