sábado, 29 de agosto de 2009

Antropologia - Aula 2

HISTÓRIA ANTROPOLÓGICA
Articulação entre o discurso científico e o discurso filosófico sobre o homem até o século XIX.


O HOMEM NO OLHAR COSMOGÔNICO E COSMOLÓGICO

»Mitologias  “nome dado a religião
do outro”
»Os pré-socráticos
»Archés físicas
Água – Tales (séc. VII a.C.)
Ar – Anaxímenes (séc. VI a.C.)
Fogo – Heráclito (séc. VI a.C.)
Água, ar, fogo, terra
- Empédocles (séc. V a.C.)
Átomo – Demócrito (séc. V a.C.)
»

Archés metafísicas
Número – Pitágoras (séc. VI a.C.)
Ápeiron – “Deus” – Anaximandro (séc. VII a.C.)
Homeomorias – “sementes” –
Anaxágoras (séc. V a.C.)

IMPORTÂNCIA DOS BELOS DISCURSOS


»OS SOFISTAS
Professores de retórica e eloqüência
Cobravam por suas aulas
Ensinavam na elaboração e
execução de discursos convincentes
Não se preocupavam com a verdade


PROTÁGORAS
Relativista
»“O homem é a medida de todas as coisas”

GÓRGIAS
Cético
»“Não existe verdade...”


TEORIA DA CULTURA – ANTES DA HISTÓRIA

Análise de Materiais
Fósseis
Objetos
Utensílios
Defesa e ataque
Vestuário
Brinquedos/jogos
Sagrado e profano
Arte, alimentação
»Nascimento
»Rituais de passagem
»Casamento
»Morte


»TRABALHO ARQUEOLÓGICO E PALEONTOLÓGICO
»
PREOCUPAÇÃO GREGA COM A CULTURA
Homero, Hesíodo e os Filósofos Pré-socráticos já se questionavam a respeito do impacto das relações sociais sobre o comportamento humano; ou vendo este impacto como consequência dos caprichos dos deuses, como enumera a Odisséia de Homero e a Teogonia de Hesíodo, ou como construções racionais, valorizando muito mais a apreensão da realidade no dia a dia da experiência humana, como preferiam os Filósofos Pré-socráticos. Foi, sem dúvida, na Antiguidade Clássica que a "medida Humana" se evidenciou como centro da discussão acerca do mundo. Os gregos deixaram inúmeros registros e relatos acerca de culturas diferentes das suas, assim como os chineses e os romanos. Nestes textos nascia, por assim dizer, a Antropologia, e no século V a.C. um exemplo disto se revela na obra de Heródoto, que descreveu minuciosamente as culturas com as quais seu povo se relacionava. Da contribuição grega fazem parte também as obras de Aristóteles (acerca das cidades gregas) e as de Xenofonte (a respeito da Índia)

.
TEORIA DA CULTURA – ROMANA E MEDIEVAL
Entre os romanos merece destaque o poeta Lucrécio, que tentou investigar as origens da religião, das artes e se ocupou da discurso. Outro romano, Tácito analisou a vida das tribos germânicas, baseando-se nos relatos dos soldados e viajantes. Salienta o vigor dos germanos em contraste com os romanos da sua época. Agostinho, um dos pilares teológicos do Catolicismo, descreveu as civilizações greco-romanas “pagãs”, vistas como moralmente inferiores às sociedades cristianizadas. Em sua obra já discutia, de maneira pouco elaborada, a possibilidade do “tabu do incesto” funcionar como norma social, garantia da coesão da sociedade. É importante salientar que Agostinho, no entanto, privilegiou explicações sobrenaturais para a vida sociocultural.




TEORIA DA CULTURA – MEDIEVAL E MODERNA
Embora não existisse como disciplina específica, o saber antropológico participou das discussões da Filosofia, ao longo dos séculos. Durante a Idade Média muitos escritos contribuíram para a formação de um pensamento racional, aplicado ao estudo da experiência humana, como é o fez o administrador francês Jean Bodin, estudioso dos costumes dos povos conquistados, que buscava, em sua análise, explicações para as dificuldades que os franceses tinham em administrar esses povos. Com o advento do movimento iluminista, este saber foi estruturado em dois núcleos analíticos: a Antropologia Biológica (ou Física), de modo geral considerada ciência natural, e a Antropologia Cultural, classificada como ciência social.




TEORIA DA CULTURA - CONTEMPORÂNEA
Até o século XVIII, o saber antropológico esteve presente na contribuição dos cronistas, viajantes, soldados, missionários e comerciantes que discutiam, em relação aos povos que conheciam, a maneira como estes viviam a sua condição humana, cultivavam seus hábitos, normas, características, interpretavam os seus mitos, os seus rituais, a sua linguagem. Só no século XVIII, a Antropologia adquire a categoria de ciência, partindo das classificações de Carlos Lineu e tendo como objeto a análise das "raças humanas".



DIVERSIDADE CULTURAL NA “ERA DOS DESCOBRIMENTOS”
O legado desta época foram os textos que descreviam as terras, a (Fauna, a Flora, a Topografia) e os povos “descobertos” (Hábitos e Crenças). Algumas obras que falavam dos indígenas brasileiros, por exemplo, foram: a carta de Pero Vaz de Caminha (“Carta do Descobrimento do Brasil”), os relatos de Hans Staden, “Duas Viagens ao Brasil”, os registros de Jean de Léry, a “Viagem a Terra do Brasil”, e a obra de Jean Baptiste Debret, a “Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil. Além destas, outras obras falavam ainda das terras récem-descobertas, como a carta de Colombo aos Reis Católicos. Toda esta produção escrita levantou uma grande polêmica acerca dos indígenas. A contribuição dos missionários jesuítas na América (como Bartolomeu de Las Casas e Padre Acosta) ajudaram a desenvolver a denominada “teoria do bom selvagem”, que via os índios como detentores de uma natureza moral pura, modelo que devia ser assimilado pelos ocidentais. Esta teoria defendia a idéia de que cultura mais próxima do estado "natural" serviria de remédio aos males da civilização.



SÉCULO DAS DEFINIÇÕES ANTROPOLÓGICAS
No Século XIX, por volta de 1840, Boucher de Perthes utiliza o termo homem pré-histórico para discutir como seria sua vida cotidiana, a partir de achados arqueológicos, como utensílios de pedra, cuja idade se estimava bastante remota. Posteriormente, em 1865, John Lubock reavaliou numerosos dados acerca da Cultura da Idade da Pedra e compilou uma classificação em que enumerava as diferenças culturais entre o Paleolítico e Neolítico.



IMPORTÂNCIA DO EVOLUCIONISMO
Com a publicação de dois livros, A Origem das Espécies, em 1859 e A descendência do homem, em 1871, Charles Darwin principia a sistematização da teoria evolucionista. Partindo da discussão trazida à tona por estes pesquisadores, nascia a Antropologia Biológica ou Antropologia Física
Marcada pela discussão evolucionista, a antropologia do Século XIX privilegiou o Darwinismo Social, que considerava a sociedade européia da época como o apogeu de um processo evolucionário, em que as sociedades aborígines eram tidas como exemplares "mais primitivos". Esta visão usava o conceito de “civilização” para classificar, julgar e, posteriormente, justificar o domínio de outros povos.



SIMBOLISMO NA SOCIEDADE ANTIGA
Esta maneira de ver o mundo a partir do conceito civilizacional de superior, ignorando as diferenças em relação aos povos tidos como inferiores, recebe o nome de etnocentrismo. É a «Visão Etnocêntrica», o conceito europeu do homem que se atribui o valor de “civilizado”, fazendo crer que os outros povos, como os das Ilhas da Oceania estavam “situados fora da história e da cultura”. Esta afirmação está muito presente nos escritos de Pauw e Hegel.



FORTALECIMENTO ANTROPOLÓGICO SÉC XIX
Com fundamento nestas concepções, as primeiras grandes obras da antropologia, consideravam, por exemplo, o indígena das sociedades não européias como o primitivo, o antecessor do homem civilizado: afirmando e qualificando o saber antropológico como disciplina, centrando o debate no modo como as formas mais simples de organização social teriam evoluído, de acordo com essa linha teórica essas sociedades caminhariam para formas mais complexas como as da sociedade européia.



VISÃO DO COLONIZADOR
Nesta forma de apreender a experiência humana, todas as sociedades, mesmos as desconhecidas, progrediriam em ritmos diferentes, seguindo uma linha evolutiva. Isso balizou a idéia de que a demanda colonial seria "civilizatória", pois levaria os povos ditos "primitivos" ao "progresso tecnológico-científico" das sociedades tidas como "civilizadas". Há que ver estes equívocos como parte da visão de mundo que pretendiam estabelecer as diretrizes de uma lei universal de desenvolvimento.



NATIVOS OU PRIMITIVOS?
Mas não se pode generalizar e atribuir as características acima a todos os autores que se aparentaram a essa corrente. Cada autor tem suas próprias nuances. Durkheim, por exemplo, procurou nas manifestações totêmicas dos nativos australianos a forma mais simples e elementar de religiosidade, mas não com o pensamento enquadrado numa linha evolutiva cega: se nossa sociedade era dita mais complexa ele atribuía isso às diversas tendências da modernidade de que somos fruto, e a dificuldade de determinar uma tendência pura na nossa religião, escamoteada por milhares de anos de teologia.



METODOLOGIAS ATÉ SÉC XIX
O método concentrava-se numa incansável comparação de dados, retirados das sociedades e de seus contextos sociais, classificados de acordo com o tipo (religioso, de parentesco, etc.), determinado pelo pesquisador, dados que lhe serviriam para comparar as sociedades entre si, fixando-as num estágio específico, inscrevendo estas experiências numa abordagem linear, diacrônica, de modo a que todo costume representasse uma etapa numa escala evolutiva, como se o próprio costume tivesse a finalidade de auxiliar esta evolução. Entendiam os evolucionistas que os costumes se demarcavam como substância, como finalidade, origem, individualidade e não como um elemento do tecido social, interdependente de seu contexto.



PRINCIPAIS PENSADORES
Vale ressaltar que apesar da maior parte dos evolucionistas terem trabalhado em gabinetes, um dos mais conhecidos pensadores dessa corrente, Lewis Henry Morgan, tinha contato com diversas tribos do norte dos Estados Unidos. É absurdo creditar a autores dessa corrente uma compilações cega das culturas humanas, isso seria uma simplificação enorme, ao mesmo tempo que se deixaria de aproveitar esses estudos clássicos da antropologia.



ANTROPOLOGIA DIFUSICIONISTA
A Antropologia Difusionista reagiu ao evolucionismo e foi sua contemporânea. Privilegiava o entendimento da natureza da cultura, em termos de origem e extensão, de uma sociedade a outra. Para os difusionistas, o empréstimo cultural seria um mecanismo fundamental de evolução cultural. O difusionismo acreditava que as diferenças e semelhanças culturais eram consequência da tendência humana para imitar e a absorver traços culturais, como se a humanidade possuísse uma "unidade psíquica", tal como defendia Bastian.
Friedrich Ratzel, Grafton Elliot Smith, William James Perry, William H. R. Rivers, Fritz Graebner - Methode del Ethnologie, 1891 e Fr. Wilhelm Schmidt, fundador da revista Anthropos



O surgimento da "linhagem francesa"
Com Émile Durkheim começam os fenômenos sociais a ser definidos como objetos de investigação socioantropológica e, a partir da análise da publicação de Regras do "Método Sociológico", em 1895, começa-se a pensar que os fatos sociais seriam muito mais complexos do que se pretendia até então. No final do século XIX, juntamente com Marcel Mauss, Durkhéim se debruça nas representações primitivas, estudo que culminará na obra "Algumas formas primitivas de classificação", publicada em 1901. Inaugura-se então a denominada "linhagem francesa" na Antropologia.



QUESTÕES IMPORTANTES
A construção do olhar antropológico e seus principais debates.
Embora a grande maioria dos autores concorde que a antropologia se tenha definido enquanto disciplina só depois da revolução Iluminista, a partir de um debate mais claro acerca de objeto e método, as origens do saber antropológico remontam à Antiguidade Clássica, atravessando séculos.
 Enquanto o ser humano pensou sobre si mesmo e sobre sua relação com "o outro", pensou antropologicamente.



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BIBLIOGRAFIA


blogbeta.uncovering.org

complemento

Vídeo - A Guerra do Fogo (La Guerre du Feu, Canadá, França, EUA, 1981)

Vídeo - "10.000 a.C." (2008). A direção de Roland Emmerich
Áudio – Estrangeiro, Lançamento, 1989, Gravadora, Polygram.
www.museuantropologia.angoladigital.net/

Antropologia - Aula 1

ANTROPOLOGIA INTRODUÇÃO

“Os homens têm uma tendência ‘espontânea’ a ‘descobrir’ o que é o mundo que os circunda, a conhecer, a compreender esse mundo e a si mesmo nesse mundo, a natureza e a sociedade.”


ANTROPOLOGIA: O QUE É?


Antropologia é a ciência que estuda as culturas.




ENFIM: ANTROPOLOGIA...

É uma disciplina que investiga
As origens
O desenvolvimento
As semelhanças
Sociedades humanas
As diferenças entre elas


ANTROPOLOGIA E ANTROPÓLOGO - SENTIDO

A palavra antropologia deriva de duas palavras gregas:
Anthropos
Significa "homem" ou "humano“
Logos
Significa "pensamento" ou "razão".
Os antropólogos
Comumente investigam as formas de desenvolvimento do comportamento humano
Objetivando descrever integralmente os fenômenos sócio-culturais


CAMPOS DE ESTUDO DA ANTROPOLOGIA

A ciência antropológica é comumente dividida em duas esferas principais
A antropologia biológica (ou física)
Antropologia cultural (ou social)
Cada uma delas atua em campos de estudo mais ou menos independentes, pois especialistas numa área freqüentemente consultam e cooperam com especialistas na outra área.


ANTROPOLOGIA BIOLÓGICA

A antropologia biológica
Geralmente classificada como uma ciência natural.
Enquanto a antropologia cultural é considerada uma ciência social.
Dedica-se aos aspectos biológicos dos seres humanos.
Busca conhecer as diferenças
Raciais e étnicas
A origem e a evolução da humanidade
Os antropólogos desta área de conhecimento estudam fósseis e observam o comportamento de outros primatas.


ANTROPOLOGIA CULTURAL

A antropologia cultural dedica-se primordialmente ao desenvolvimento das sociedades humanas no mundo
Estuda os comportamentos dos grupos humanos
As origens da religião
Os costumes
Convenções sociais
Desenvolvimento técnico
Relacionamentos familiares
A lingüística
Estuda a história e a estrutura da linguagem


ANTROPOLOGIA E LINGUÍSTICA

A lingüística é especialmente valorizada porque os antropólogos se apóiam nela para:
Observar os sistemas de comunicação
Apreender a visão do mundo das pessoas
Através desta ciência também é possível:
Coletar histórias orais do grupo estudado.
História oral é constituída na sociedade a partir da:
Poesia
Canções
Mitos
Provérbios
Lendas
populares


RELAÇÕES ENTRE AS CIÊNCIAS HUMANAS

A antropologia cultural e biológica conectam-se
Arqueologia
Antropologia aplicada
Nas escavações, os arqueólogos encontram
vestígios de prédios antigos
Utensílios
Cerâmica
Outros artefatos
Passado de uma cultura pode ser
Datado
Descrito


ANTROPOLOGIA APLICADA

Base nas pesquisas realizadas pelos antropólogos
Assessora os governos e outras instituições
Formulação e implementação de políticas
Grupos específicos de populações
Ajudar governos de países em desenvolvimento
Superarem as dificuldades
Embate com a complexidade dos fluxos civilizacionais do século 21
Pode também ser usada pelos governos na formulação de políticas
Sociais
Educacionais
Econômicas
Minorias étnicas no interior de suas fronteiras
O trabalho da antropologia aplicada é freqüentemente desenvolvido por especialistas
Economia
História social
Psicologia


ANTROPOLOGIA E DISCIPLINAS AFINS

Antropologia
Explora amplo conjunto de disciplinas
Investiga diversos aspectos nas sociedades humanas
Apoiar-se nas pesquisas feitas por
Disciplinas afins
História
Geografia
Geologia
Biologia
Anatomia
Genética
Economia
Psicologia
Sociologia
E disciplinas altamente especializadas
Lingüística
Arqueologia
Para formular suas conclusões


COMO ELAS SE RELACIONAM

TERMINOLOGIA

Diferentes termos são usados para descrever os campos da antropologia nos EUA e na europa
Eua
Termo antropologia
Usado mais amplamente
Europa
Mais comum o termo
Etnologia
"Antropologia cultural" nos EUA
“Etnologia" em diversos países da Europa continental
Antropologia biológica (ou física)
Usado em vários países do mundo.


SUBÁREAS DA ANTROPOLOGIA

As subáreas da antropologia cultural nos EUA são:
Antropologia histórica (etnologia)
Pré-história (ou arqueologia pré-histórica)
Lingüística (ou antropologia lingüística)
Na Europa as subáreas são:
Etnologia (descrição histórica e comparada das "raças")
Pré-história (ou etnologia pré-histórica)
Lingüística (ou etnologia lingüística).
No Brasil encontramos um misto das duas tradições referidas:
No nordeste do país
Tradição mais vinculada a antropologia cultural norte-americana, principalmente devido a influência de Gilberto Freyre, que estudou em Colúmbia nos EUA com Franz Boas
No centro-sul do país
Há um predomínio da nomenclatura britânica: antropologia social (USP, UNB, museu nacional/UFRJ, etc.)
Isso não demarca atuais influências e hegemonias teóricas.


ETNOGRAFIA, ETNOLOGIA E ANTROPOLOGIA

Uma tentativa de universalização do significado
antropólogo francês


Claude Lévi-Strauss


Antropologia Estrutural


A etnografia: corresponde aos primeiros estágios da pesquisa: observação e descrição, trabalho de campo (field-work).
Ex.: monografia, que tem por objeto um grupo suficientemente restrito para que o autor tenha podido reunir a maior parte de sua informação graças a uma experiência pessoal, constitui o próprio tipo do estudo etnográfico.


ETNOLOGIA – O CAMINHO DA SÍNTESE

Sem excluir a observação direta
Tende para conclusões suficientemente extensas
Difícil funda-las exclusivamente num conhecimento de primeira mão
Pode operar-se em três direções
A) geográfica
Quando se quer integrar conhecimentos relativos a grupos vizinhos
B) histórica
Quando se visa reconstituir o passado de uma ou várias populações
C) sistemática
Quando se isola, para lhe dar uma atenção particular, determinado tipo de técnica, de costume ou de instituição
A etnologia compreende a etnografia como seu passo preliminar, e constitui seu prolongamento
É o que encontramos
Bureau of american ethnology da smithsonian instituion
Zeitschritft für ethnologie
Institut d`ethnologie de l`université de paris.


SEGUNDA ETAPA DA SÍNTESE

Em toda parte onde encontramos os termos antropologia cultural ou social:
estão ligados a uma segunda e última etapa da síntese
tomando por base as conclusões da etnografia e da etnologia
Nos países anglo-saxônicos a antropologia visa:
um conhecimento global do homem
abrangendo seu objeto em toda sua extensão histórica e geográfica
aspirando a um conhecimento aplicável ao conjunto do desenvolvimento humano desde:
os hominídeos até as raças modernas
tendendo para conclusões, positivas ou negativas, mas válidas para todas as sociedade humanas
desde a grande cidade moderna até a menor tribo melanésia
Existe entre a antropologia e a etnologia a mesma relação que se definiu acima entre esta última e a etnografia.


CONCLUSÃO SOBRE A NOMENCLATURA

Lévi-Strauss nega que:
Etnografia
Etnologia
Antropologia
Constituam
Três disciplinas diferentes
Três concepções diferentes dos mesmos estudos
São:
Três etapas
Três momentos
Da mesma pesquisa
Preferência por este ou aquele destes termos exprime somente:
Uma atenção predominante voltada para um tipo de pesquisa
Que não poderia nunca ser exclusivo dos dois outros.


ANTROPOLOGIA – CIÊNCIA RECENTE

“A visão funcional da cultura repousa no princípio de que em qualquer tipo de civilização, cada costume, objeto material, idéia ou crença, satisfaz alguma função vital, assim como certas tarefas realizadas representam uma parte indispensável para todo o trabalho”.
B. Malinowski
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NASCE A ANTROPOLOGIA

Entre as diversas ciências humanas que emergiram da Revolução Intelectual dos séculos XVIII-XIX, a antropologia foi a mais tardia de todas. A sua motivação inicial, o elemento deflagrador para que ela se tornasse uma ciência, decorreu do impacto do pensamento evolucionista e darwinista no século XIX.


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BIBLIOGRAFIA


BRUGGER, Walter. Dicionário de filosofia - São Paulo: Editora Herder, 1962.
MORA, J. Ferrater. Dicionário de filosofia – tomo I (A-D) - São Paulo: Editora Ariel SA, 1994.
FERREIRA, Aurélio B. de Holanda. Novo dicionário da língua portuguesa. 1ª ed. Editora Nova Fronteira. Rio de Janeiro
PRIETO, Silvia T.H. A natureza e o sentido da história em Max Scheler. Tese de Doutorado. PUC. Porto Alegre. 1991
Internet – links

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Vejo você nas flores que vês em mim...



Quando cheguei em casa, recebi da minha menina um ramalhete de quaresmeira...
de um lilás tão lindo ... como seria meu vestido... para uma ocasião especial...
(Pensei em peônia, orquídeas e tantas flores que tem citado ultimamente... Na pretensão de ninfa doida ou qualquer ser mítico que se preze... sempre acho que são para mim...)
Sempre que chego... ela me presenteia com uma história que sabe bem inventar, ou uma dança cheia de rodopios, uma música cuja letra e melodia só ela entende, um desenho decodificado e nomeado por sua imaginação aguçada ou uma flor, roubada dos jardins por onde passeia com os avós... sua sensibilidades diante da distância mostra a saudade e a falta que faço para esse ser tão mais importante e imponente que eu... tão mais cheiro, mais flor, mais lilás... em suas asas de filha, de fada.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Duas Luas, Marte em evidência, pensamentos sem tesão.


Todas as mentiras que a vida pode contar são pequenas diante da verdade dos desvalidos de alma. Os desqualificados que caem nesse mundo sem sentido e querem compreender, entender e refletir sobre o pobre mundo.
Pobre porque não valoriza as verdadeiras almas. Só o mesquinho, o rasteiro, o comum, o geral, o que se conforma, o que está confortável em sua poltrona da rotina. Cínicos, estóicos, epicuristas, pirrônicos... helênicos de merda...
Revoadas, jorradas, derramamento, dilúvio, tromba, hecatombe, e o que mais vier... não é o caso... sem episódios repetidos os novos. Sem nada, nem um caso.
Também tentarei ficar acordada para o avisado fenômeno... sem vinho... com os pés no chão do quintal, ao lado das acerolas roliças e maduras , da cor do vinho, com sua acidez...
Mas estou mais para um aperto, um puxão de cabelo ou dois, uns beliscões, mordidas... sabe quando estamos tão machucados pela indiferença que queremos ser machucados pela presença... para sentir-se viva, desejada, acordada do pesadelo de uma existência inautêntica, da inexistência.
Ficar com a boca inchada, o corpo marcado, dolorido, (...) muito esfolada... sinal que alguém te quis, para uma conversa depois, para uma dança abaixo das duas luas.
27 de Agosto de 2009 21:39


Revoadas, jorradas, derramamento, dilúvio, tromba, hecatombe, e o que mais vier... não é o caso... sem episódios repetidos os novos. Sem nada, nem um caso. Também tentarei ficar acordada para o avisado fenômeno... sem vinho... com os pés no chão do quintal, ao lado das acerolas roliças e maduras , da cor do vinho, com sua acidez... Mas estou mais para um aperto, um puxão de cabelo ou dois, uns beliscões, mordidas... sabe quando estamos tão machucados pela indiferença que queremos ser machucados pela presença... para sentir-se viva, desejada, acordada do pesadelo de uma existência inautêntica, da inexistência. Ficar com a boca inchada, o corpo marcado, dolorido, (...) muito esfolada... sinal que alguém te quis, para uma conversa depois, para uma dança abaixo das duas luas.
27 de Agosto de 2009 21:39

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Tudo o que é sólido pode derreter... AS COISAS

No Cimento
As coisas querem ser coisas
Que na verdade não são

Algumas coisas eu compro
As outras penso que não
As coisas todas as coisas
Exercem alguma função

Deve haver pra tudo isso
Alguma explicação:
Janela, tela, tênis, vidro, olho e palavrão.
Deve haver pra tudo isso
Alguma explicação:
Janela, tela, tênis, vidro, olho e palavrão.

Há coisas que são bem grandes
Mas cabem nesta canção
Consigo por numa frase
Girafa, amor e avião

Algumas coisas eu vejo
As outras finjo que não
As coisas todas as coisas
De volta agora no refrão

No nosso ponto de vista,as
Coisas vão melhorar.
UMA MÚSICA GOSTOSA, NUM PROGRAMA INTERESSANTE, DE UM CANAL ABERTO QUE AINDA COMPENSA ASSISTIR COM OS FILHOS...

O que é filosofia grega?

O BERÇO DA FILOSOFIA OCIDENTAL - OLHAR MASCULINO BRANCO  - O PODER ESTABELECE O PENSAMENTO VÁLIDO?


Filosofia (do grego Φιλοσοφίαphilos - que ama + sophia - sabedoria, « que ama a sabedoria ») é a investigação crítica e racional dos princípios fundamentais relacionados ao mundo e ao homem.




Introdução Geral

Surgiu nos séculos VII-VI a.C. nas cidades gregas situadas na Ásia Menor. Começa por ser uma interpretação des-sacralizada dos mitos cosmogônicosdifundidos pelas religiões do tempo. Não apenas de mitos gregos, mas dos mitos de todas as religiões que influenciavam a Ásia menor.
Os mitos foram, segundo Platão e Aristóteles, a matéria inicial de reflexão dos filósofos. Eles tornaram-se num campo comum da religião e da filosofia, revelando que a pretensa separação entre esses dois modos do homem interpretar a realidade não é tão nítida como aparentemente se julga.
As interpretações comumente aceitas pelo homem constituem inicialmente o embasamento de todo o conhecimento. Essas interpretações foram adquiridas, enriquecidas e repassadas de geração em geração. Ocorreram inicialmente através da observação dos fenômenos naturais e sofreram influência das relações humanas estabelecidas até a formação da sociedade, isto em conformidade com os padrões de comportamentos éticos ou morais tidos como aceitáveis em determinada época por um determinado grupo ou determinada relação humana. A partir da Filosofia surge a Ciência, pois o Homem reorganiza as inquietações que assolam o campo das idéias e utiliza-se de experimentos para interagir com a sua própria realidade. Assim a partir da inquietação, o homem através de instrumentos e procedimentos equaciona o campo das hipóteses e exercita a razão. São organizados os padrões de pensamentos que formulam as diversas teorias agregadas ao conhecimento humano. Contudo o conhecimento científico por sua própria natureza torna-se suscetível às descobertas de novas ferramentas ou instrumentos que aprimoraram o campo da sua observação e manipulação, o que em última análise, implica tanto a ampliação quanto o questionamento de tais conhecimentos. Neste contexto a filosofia surge como "a mãe de todas as ciências".
Podemos resumir que a filosofia consiste no estudo das características mais gerais e abstratas do mundo e das categorias com que pensamos: Mente (pensar), matéria (o que sensibiliza noções como quente ou frio sobre o realismo), razão (lógica), demonstração e verdade. Pensamento vem da palavra Epistemologia "Episteme" significa "ter Ciência" "logia" significa Estudo.
Definições dos Filósofos sobre a Filosofia

Em "Eutidemo" de Platão, é o uso do saber em proveito do homem, o que implica, 1º, posse de um conhecimento que seja o mais amplo e mais válido possível, e, 2º, o uso desse conhecimento em benefício do homem.
Algumas questões filosóficas incluem, por exemplo, "O que é o conhecimento?", "Será que o homem pode ter livre arbítrio?", "Para que serve a ciência?" ou, até mesmo, "O que é a filosofia?" (vide metafilosofia). A forma de responder a estas questões não é, por seu lado, uma forma científica, política ou religiosa, nem muito menos se trata de uma investigação sobre o que a maioria das pessoas pensa, ou do senso comum. Envolve, antes, o exame dos conceitos relevantes, e das suas relações com outros conceitos ou teorias.
método da listagem de discussões e problemas filosóficos tem sua limitação: o limite, é o próprio ser. Por si só, ele (o método) não permite que se veja o que unifica os debates e as discussões. É por isso, talvez, que os filósofos não costumam apelar a esse método. Ao invés disso apresentam imagens da filosofia.


Imagens da filosofia


Filósofo em Meditaçãoóleo deRembrandt.
Alguns filósofos apresentaram a filosofia através de quadros, ou imagens:
  • A principal característica que Aristóteles vê num filósofo é que ele não é um especialista. O sophós (o sábio, tomado aqui como sinônimo de filósofo), é um conhecedor de todas as coisas sem possuir uma ciência específica. O seu olhar derrama-se pelo mundo, sua curiosidade insaciável o faz investigar tanto os mistérios do kosmos (o universo) como o da physis (a natureza), como as que dizem respeito ao homem e àsociedade. No fundo, o filósofo é um desvelador, alguém que afasta o véu daquilo que está a encobrir os nossos olhos e procura mostrar os objetos na sua forma e posição original, agindo como alguém que encontra uma estátua jogada no fundo do mar coberta de musgo e algas, e gradativamente, afastando-as uma a uma, vem a revelar-nos a sua real forma.
  • Para Platão, a primeira atitude do filósofo é admirar-se. A partir da admiração faz-se a reflexão crítica, o que marca a filosofia como busca da verdade. Filosofar é dar sentido à experiência.
  • Segundo Whitehead, a filosofia ocidental é uma nota de rodapé à obra de Platão.


Etimologia

A palavra "filosofia" (do grego ) resulta da união de outras duas palavras: "philia" (φιλία), que significa "amizade", "amor fraterno" e respeito entre os iguais e "sophia" (σοφία), que significa "sabedoria", "conhecimento". De "sophia" decorre a palavra "sophos" (σοφός), que significa "sábio", "instruído".
Filosofia significa, portanto, amizade pela sabedoria, amor e respeito pelo saber.
Assim, o "filósofo" seria aquele que ama e busca a sabedoria, tem amizade pelo saber, deseja saber.
A tradição atribui ao filósofo Pitágoras de Samos (que viveu no século V antes de Cristo) a criação da palavra.
Filosofia indica um estado de espírito, o da pessoa que ama, isto é, deseja o conhecimento, o estima, o procura e o respeita.
Segundo alguns autores, a palavra « philosophía » não é uma construção moderna a partir do grego,[2] mas sim um empréstimo à língua grega ela mesma. Enquanto os termos "φιλοσοφος" («philosophos») et "φιλοσοφειν" («philosophein») estão documentados junto aos pré-Socráticos[3] Heráclito, Antífones, Górgias e Pitágoras, assim como junto a outros pensadores como Tucídide ou Heródoto, a "φιλοσοφία" («philosophía») deve sua paternidade a Platão o qual de fato se tornou, após Monique Dixsaut, um sinônimo de "φιλομαθια" («filomatia»).


Tradições filosóficas

Entre os povos que desenvolveram escritas fonéticas ou ideogramáticas, as principais tradições filosóficas são a filosofia indiana, a filosofia chinesa e a filosofia ocidental.
É provável que povos que não desenvolveram tais tipos de escrita também tivessem algum tipo de tradição filosófica. O antropólogo Eduardo Viveiros de Castro ("Perspectivismo e multinaturalismo na América indígena", capítulo 7 de A inconstância da alma selvagem, São Paulo, Cosac & Naify, 2002) aponta para o fato de encontrarmos pontos de vistaperspectivistas entre os ameríndios desde a Terra do Fogo até o Alasca, por exemplo. (Para saber mais sobre o estudo dos pressupostos do pensamento indígena veja o Projeto AmaZone.)


Pensamento mítico e pensamento filosófico


A Morte de SócratesJacques-Louis David1787.
Histórica e tradicionalmente, a filosofia se inicia com Tales de Mileto. Ele foi o primeiro dos filósofos pré-socráticos a buscarem explicações de todas as coisas através de um princípio ou origem causal (arché) diferentemente do que os mitos antes mostravam.
Ao apresentarem explicações fundamentadas em princípios para o comportamento da natureza, os pré-socráticos chegaram ao que pode ser considerado uma importante diferença em relação ao pensamento mítico. Nas explicações míticas, o explicador é tão desconhecido quanto a coisa explicada. Por exemplo, se a causa de uma doença é a ira divina, explicar a doença pela ira divina não nos ajuda muito a entender porque há doença.


Depois dos pré-socráticos

Platão é quem inicia esta nova linguagem, a filosofia como a conhecemos, a busca da essência, a ontologia dos conceitos universais em detrimento do conhecimento vulgar e sensorial.

Por muito tempo a Filosofia concebia tudo o que era conhecimento, basta ver a vasta obra de Aristóteles, que abrange desde a física até a ética. Ainda hoje é difícil definir o objeto exato da filosofia.
Seus objetos próprios são:
  • Metafísica: Concerne os estudos daquilo que não é físico (physis), do conhecimento do ser (ontologia), do que transcende o sensorial e também da teologia.
  • Epistemologia: Estudo do conhecimento, teoriza sobre a própria ciência e de como seria possível a apreensão deste conhecimento.
  • Ética: Para Aristóteles, é parte do conhecimento prático já que nos mostraria como devemos viver e agir.
  • Estética: A busca do belo, sua conceituação e questionamento. O entendimento da arte.
  • Lógica: A busca da verdade, seu questionamento, a razão.

Correntes e Tópicos


Discussão noite adentroWilliam Blades.




Notas e referências

  1.  Esta página trata apenas da chamada Filosofia Ocidental. Para outras tradições de pensamento ver: Filosofia no Egito Antigo | Filosofia védica | Filosofias da Índia | …

Bibliografia

  • CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. 7. ed. 2. reimp. São Paulo: Ática, 2000, p. 19.