DESENVOLVIMENTO TEÓRICO DA ANTROPOLOGIA.
As escolas evolucionista, difusionista e historicista. A escola sociológica francesa. O funcionalismo e o estrutural-funcionalismo na Antropologia Social Inglesa.
AS ESCOLAS EVOLUCIONISTA
►Sistematização do conhecimento acumulado sobre os “povos primitivos”.
≡Análise de material arqueológico, paleontológico e histórico.
EVOLUCIONISMO: POLÊMICA CIENTÍFICA
AS ESCOLAS EVOLUCIONISTA
►Evolução das sociedades das mais “primitivas” para as mais “civilizadas”.
►Substituição conceito de raça pelo de cultura.
AS ESCOLAS EVOLUCIONISTA
ESCOLA SOCIOLÓGICA FRANCESA
Período
Século XIX
Características
Definição dos fenômenos sociais
Como objetos de investigação socio-antropológica.
Definição das regras do método sociológico.
Temas e conceitos
Representações coletivas.
Solidariedade orgânica e mecânica.
Formas primitivas de classificação
Totemismo e teoria do conhecimento.
Busca pelo Fato Social Total
Biológico + psicológico + sociológico
A troca e a reciprocidade como fundamento da vida social
Dar, receber, retribuir
ESCOLA SOCIOLÓGICA FRANCESA
Principais representantes e obras de referência
Émile Durkheim:“Regras do método sociológico”- 1895; “Algumas formas primitivas de classificação” - c/ Marcel Mauss - 1901;“As formas elementares da vida religiosa” -1912.
Marcel Mauss:“Esboço de uma teoria geral da magia” - c/ Henri Hubert - 1902-1903;“Ensaio sobre a dádiva” - 1923-1924; “Uma categoria do espírito humano: a noção de pessoa, a noção de eu”- 1938).
AS ESCOLAS FUNCIONALISTA
Período
Século XX - anos 20
Características
Modelo de etnografia clássica (Monografia).
Ênfase no trabalho de campo
Observação participante
Sistematização do conhecimento acumulado sobre uma cultura.
Academicismo
Temas e conceitos
Cultura como totalidade
Interesse pelas Instituições e
suas Funções para a manutenção da
totalidade cultural
Ênfase na Sincronia x Diacronia.
AS ESCOLAS FUNCIONALISTA
Principais representantes e obras de referência
Bronislaw Malinowski (“Argonautas do Pacífico Ocidental” -1922).
Radcliffe Brown (“Estrutura e função na sociedade primitiva” - 1952-; e “Sistemas Políticos Africanos de Parentesco e Casamento”, org. c/ Daryll Forde - 1950).
Evans-Pritchard (“Bruxaria, oráculos e magia entre os Azande” - 1937; “Os Nuer” - 1940).
Raymond Firth (“Nós, os Tikopia” - 1936; “Elementos de organização social - 1951).
Max Glukman (“Ordem e rebelião na África tribal”- 1963).
Victor Turner (“Ruptura e continuidade em uma sociedade africana”-1957; “O processo ritual”- 1969).
Edmund Leach - (“Sistemas políticos da Alta Birmânia” - 1954).
CULTURALISMO NORTE-AMERICANO
Período
Séc. XX - anos 30
Característica
Método comparativo.
Busca de leis no desenvolvimento das culturas.
Relação entre cultura e personalidade.
Temas e conceitos
Ênfase na construção e identificação
Padrões culturais (“patterns of culture”)
Estilos de cultura (“ethos”).
CULTURALISMO NORTE-AMERICANO
Principais representantes e obras de referência
Franz Boas (“Os objetivos da etnologia” - 1888; “Raça, Língua e Cultura” - 1940).
Margaret Mead (“Sexo e temperamento em três sociedades primitivas” - 1935).
Ruth Benedict (“Padrões de cultura” - 1934; “O Crisântemo e a espada” - 1946).
A ESCOLA ESTRUTURALISTA
Período
Século XX - anos 40
Características
Busca das regras estruturantes das culturas presentes na mente humana.
Teoria do parentesco
Lógica do mito
Classificação primitiva.
Distinção Natureza x Cultura.
Temas e conceitos
Princípios de organização
da mente humana:
pares de oposição
códigos binários
Reciprocidade
A ESCOLA ESTRUTURALISTA
Principais representantes e/ou obras de referência
Claude Lévi-Strauss:
“As estruturas elementares do parentesco” - 1949.
“Tristes Trópicos”- 1955.
“Pensamento selvagem” - 1962.
“Antropologia estrutural” – 1958.
“Antropologia estrutural dois” – 1973.
“O cru e o cozido” – 1964.
“O homem nu” – 1971.
ANTROPOLOGIA INTERPRETATIVA
Período
Século XX - anos 60
Características
Cultura como hierarquia de significados.
Busca da “descrição densa”.
Interpretação x Leis.
Inspiração Hermenêutica.
Temas e conceitos
Interpretação antropológica:
Leitura da leitura que os “nativos” fazem de sua própria cultura.
Principais representantes e/ou obras de referência
Clifford Geertz:
“A interpretação das culturas” - 1973.
“Saber local” - 1983.
ANTROPOLOGIA PÓS-MODERNA OU CRÍTICA
Período
Século XX - nos 80
Características
Preocupação com os recursos retóricos
presentes no modelo textual das etnografias
clássicas e contemporâneas.
Politização na pesquisa antropológica
relação observador-observado.
Crítica dos paradigmas
Teóricos
“autoridade etnográfica” do antropólogo.
ANTROPOLOGIA PÓS-MODERNA OU CRÍTICA
Temas e Conceitos
Cultura como processo polissêmico.
Etnografia como representação polifônica da polissemia cultural.
Antropologia como experimentação
Arte da crítica cultural.
ANTROPOLOGIA PÓS-MODERNA OU CRÍTICA
Principais representantes e/ou obras de referência
James Clifford e Georges Marcus (“Writing culture - The poetics and politics of ethnography” - 1986).
George Marcus e Michel Fischer (“Anthropoly as cultural critique” - 1986).
Richard Price (“First time” - 1983).
Michel Taussig (“Xamanismo, colonialismo e o homem selvagem”- 1987).
James Clifford (“The predicament of culture” - 1988).
HISTÓRIA DA ANTROPOLOGIA SÉCULO XX
Com a publicação, de “As formas elementares da vida religiosa” em 1912, Durkheim, ainda apegado ao debate evolucionista, discute a temática da religião.
Marcel Mauss publica com Henri Hubert, em 1903, a obra Esboço de uma teoria geral da magia, aonde forja o conceito de mana.
Inicialmente centrada na denominada “Etnologia”, a Antropologia Francesa, arranca, como disciplina de ensino, no “Institut d´Ethnologie du Musée de l´Homme” em Paris, a partir de 1927.
No início, a disciplina se vinculara ao Museu de História Natural, porque se considerava a antropologia como uma subdisciplina da história natural.
HISTÓRIA DA ANTROPOLOGIA SÉCULO XX
Ainda existia um determinismo biológico, segundo o qual se considerava que as diferenças culturais eram fruto das diferenças biológicas entre os homens.
Paralelamente a estes movimentos, na Inglaterra, nasce o Funcionalismo, que enfatiza o trabalho de campo (observação participante).
Para sistematizar o conhecimento acerca de uma cultura é preciso apreendê-la na sua totalidade.
Para elaborar esta produção intelectual surge a etnografia.
As instituições sociais centralizam o debate, a partir das funções que exercem na manutenção da totalidade cultural.
ANTROPOLOGIA PÓS MODERNA
Na década de 80, o debate teórico na Antropologia ganhou novas dimensões.
Muitas críticas a todas as escolas surgiram, questionando o método e as concepções antropológicas.
No geral, este debate privilegiou algumas idéias:
a primeira delas é que a realidade é sempre interpretada, ou seja, vista sob uma perspectiva subjetiva do autor, portanto a antropologia seria uma interpretação de interpretações.
Da crítica das retóricas de autoridade clássicas, fortemente influenciada pelos estudos de Foucault, surgem metaetnografias, ou seja, a análise antropológica da própria produção etnográfica.
Contribuiu muito para esta discussão a formação de antropólogos nos países que então eram analisados apenas pelos grandes centros antropológicos.
TODAS AS IMAGENS FORAM TIRADAS DA INTERNET - GOOGLE IMAGENS.
BIBLIOGRAFIA
BRUGGER, Walter. Dicionário de filosofia - São Paulo: Editora Herder, 1962
CASSIRER, Ernst. Antropologia filosófica. Tradução: Vicente Felix de Queirós. 2ª ed. São Paulo: Mestre Jou, 1977.
MARCONDES, Danilo. Filosofia, linguagem e comunicação. 3ª ed. rev. amp. São Paulo: Cortez, 2000.
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