sexta-feira, 19 de novembro de 2010

SOMOS CYBORGS NATURAIS

Relação homem máquina (uma discussão presente em Andy Clark, AI, Blade Runner: o caçador de andróides, Cyborg 2, entre outros)
Natural-born Cyborg
 
A relação entre homem e máquina pode ser entendida como uma forma múltipla de desenvolvimento, ou seja, uma relação recíproca de homem e máquina que se modificam mutuamente. Pois, ao mesmo tempo em que a máquina é uma extensão das necessidades humanas, ela também pode ser a causadora, depois de introjetada no meio social, a uma imposição de necessidade aos humanos.
Como exemplo temos a necessidade da comunicação que gerou máquinas como telégrafo, telefone, telefone sem fio, celular, e que levam até a uma fabulação de uma possível/futura comunicação telepática ou um chip que introduzido no indivíduo levasse-o a comunicar-se com outros sem necessidade de aparelhos externos.
Para Clark, os artefatos revelam o criador, desse modo, as características humanas ontológicas estariam representadas pelos objetos que ele desenvolveu para exteriorizá-las, sendo assim a curiosidade (telescópio), violência (arma), comunicação (telefone), por exemplo, estariam representadas e fossem apropriados por outras pessoas para representar a sua subjetividade complexa.
Visto nesse aspecto, a Tecnologia estaria construída numa relação recíproca e linear. Logo, para entender tecnologia tem que entender o homem e vice-versa, pois conhecemos o homem pela tecnologia que utiliza. Portando, a relação “homem e tecnologia” pode ser entendido como um sistema (d)estendido. A tecnologia não faz parte natural de nós, mas ela é que nos garante e nos identifica: somos cyborgs naturais?
Temos então que pensar nesse conceito humano: plástico e adaptável e no quanto se torna tênue e inseparável a linha entre criador e criatura. (homem dependente da máquina).
Será que esse conceito pode ser entendido como Soft self – mente estendida, como sendo a máquina uma extensão da mente humana?
Se for assim, como pensar o aspecto ético: tecnologia inserida no contexto de desigualdade (apartheid tecnológico), onde ela (a tecnologia) como uma possibilidade da extensão da mente não estar disponível material e cognitivamente a todos?
A tecnologia é um engodo tanto quanto a razão, ou seja, com ela estamos vivendo num campo de concentração (tecnologia nos restringe), pois ela nos aparece com uma pretensão de liberdade/facilidade, do qual não dá conta, ou muito pelo contrário, ficamos reféns da mesma?
São questões que gosto de pensar além da enfadonha realidade das ações cotidianas, ações que se realizam com ou sem prazer, com ou sem reflexão, com ou sem superação.

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