Era uma quase putinha, dessas que assanham, mas não dão.
Mas um dia eu tinha que ir até o fim,
não que isso fizesse diferença, era só um hímen, não era eu.
O primeiro foi um cafajeste com nome de compositor clássico, cheirava sabonete de motel, serviu-me pra livrar-me da película sem ressentimentos, sem sentir que eu seria só dele, serviu pra ter certeza que viriam outros, meu couro insignificante foi seu troféu.
O segundo foi um amante oriental, recém chegado da terra do sol nascente, muito carinhoso, calmo, cheirava insenso, mas não gostava muito de trabalhar.
O terceiro foi o jogador de Squash, burguês paulistano, um mulato que cheirava madeira, mas eu não tinha paciência para o seu exibicionismo.
O quarto foi o bancário, estudante de direito, cheirava Connexion, era muito bem dotado, me ensinou muito sobre os sentidos, mas eu não era mais um patinho feio, tinha que voar com os cisnes, mudei de cidade, seu ciúme e egoísmo nos separou.
Depois desses muitos vieram e foram, lutadores de judô, filhinhos da mamãe, o que o pai obeso fumava um cachimbo cheiroso, o que ficava só nas preliminares, o que tinha sido amigo do namorado que não me comeu, o que pesava muito, a representante de laboratório, o que era muito falante, o que eu descobri que tinha fimose, o que gostava de um "baseado", a amiga do serviço, o que gostava do escuro, o que preferia a tarde, o que era muito magro, o que cheirava a queijo, o da floricultura, a da livraria, o da informática, o ex aluno da faculdade, o médico, o dentista, o primo... com tantos cheiros, manias, gostos, tamanhos, temperaturas que meus sentidos mal conseguem separar.
E de quase puta virei uma mulher que sabe que pra ser feliz tem que experimentar as coisas que o mundo lhe oferece, com segurança, com vontade e... com muita força.
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