terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

UM CURTA DE MEMÓRIAS


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TENHO SAUDADES DAS POUCAS LEMBRANÇAS QUE GUARDO:
BRINCAVA DE BONECAS DE SABUGO DE MILHO,
COMIA AMORA NO PÉ,
ANDAVA DESCALÇA NO RIO,
NÃO TINHA MALÍCIA,
NÃO TINHA AMBIÇÃO.
ACORDAVA CEDO COM O SOM DA MANHÃ DA ROÇA,
POUCAS OBRIGAÇÕES,
TUDO ME ENTRETIA.
VIVIA FORA DE MIM.
COMIA EM PRATOS DE ALUMÍNIO,
O FOGÃO ERA DE LENHA,
OS ANIMAIS EM VOLTA E EM BAIXO DA CASA.
O MUNDO TINHA CERCAS DEFINIDAS,
AS ESTRADAS DE TERRA QUE ABSORVIAM A CHUVA,
AS PLANTAÇÕES ERAM SORTIDAS E FAMILIARES.
AS FESTAS REUNIAM OS VIZINHOS EM FARTURA E ALEGRIA.
USÁVAMOS COISAS USADAS E AS REPASSÁVAMOS DEPOIS,
NÃO HAVIA CONSUMISMO,
NÃO HAVIA DESPERDÍCIO.
NÃO SE FALAVA EM DINHEIRO OU POLÍTICA,
SÓ SE TRABALHAVA, SE VIVIA.
TUDO ERA NOSSO E NÃO ERA DE NINGUÉM.
TINHA O BICHO DE PÉ,
OS PIOLHOS DE GENTE E DE GALINHA,
OS DENTES CARIADOS,
OS "DORDOLHOS", AS "PEREBAS" NAS PERNAS
E SE ERA FELIZ DE DAR DÓ.


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