quinta-feira, 20 de agosto de 2020

Como podemos usar o guarda-chuva para banalizar o mal???

Essa obra foi produzida para a exposição da Semana de Portinari de 2019. Não se pensava em vírus, nem em pandemia e nem na utilização do guarda-chuva de forma tão macabra. Já são mais de 100.000 mortos no Brasil pelo covid-19, será que teremos essa quantidade de guarda-chuva para disfarçarmos a banalidade do mal??? Nessa obra quis ressaltar a fragilidade humana, tão preso a sua imagem, tão travado na estrutura que foi criada para controlá-lo. Quem determinou o que é necessário e o que é contingente em nossa vida? Quem colocou a importância e a prioridade que cada coisa tem? Quem diz, nessa modernidade líquida, o que deve ser mantido e o que deve ser diluído na urgência de angústias??? Então, agora entendi o que é uma obra universal. Agora entendi o que é uma instalação macabra. Ficar horrorizado com a arte em um museu e passar desapercebido por um corpo coberto por objeto em um hipermercado. Tempos difíceis esses de uma sociedade cada vez mais instrumentalizada em sua razão.
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário