sexta-feira, 2 de julho de 2010

colos, lenços e risos


A tarde usei um lenço
Precisava gravar... e um colo a mostra não pareceu apropriado
Terno marrom... encobria blusa com renda infantil...
Lenço estampado... encobria o colo desinibido...
Falava com sorriso... gesticulava... pausava... ajeitava o lenço e... recomeçava a falar...
Horas de trabalho... e entre o colo as estampas  pousavam... longe dos olhares estranhos...
Mas o sorriso permanecia... os olhos semi-abertos... de quem insiste em releituras, livros velhos, aulas virtuais, tecido roto, pele queimando pela ansiedade do trabalho de artista... a dissimular... suas aulas... suas entranhas, em meio a scripts.
Ganhei outro lenço, maior, com histórias contidas em seus fios... lenço herança, relíquia, lembrança... tramas..
Quem sabe uso outro dia... para uma homenagem ou um castigo...
Contida minha euforia da espera pela vela de Tristão.