quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Traça

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TRAÇA (GERSON WATANUKI)
Fui "arrumar" meus livros e papéis...
Com todos sempre a dizer o que devo fazer.
Casa arrumada por terceiros, faltava meu canto.
Pranto não adianta, tenho que remexer em tantos espaços deixados para depois...
Tudo me serve, como me desfazer, sou tudo que tenho guardado, que tento ser resguardada...
Pus tudo abaixo, com cuidado e pressa
Para não estragar, nem me arrepender
Móvel limpo, estante lustrada com óleo de peroba... conhece?
Tentei ordenar por assunto, sentei entre os títulos, coloquei entre as minhas coxas as coleções, presentes, aquisições em sebos... emprestados e não devolvidos, relíquias imprestáveis mas nunca dispensáveis...
Sou traça, todo papel literário é bem vindo... celulose e poesia... aguça meu apetite...
Tentei ordenar por uma lista de espera... não coube no espaço reservado... e numa distração... acabei iniciando várias leituras... recomeçando umas... introduzindo outras pelo meio, enfim...
passei horas entre livros nas coxas, colo, braços, nos pés, entre os dedos, uma orgia...
Com tantas texturas, formas e cheiros...
limpava uns, ria de outros, encontrava anotações antigas e já inválidas, papéis entre livros, fotos...
(como criança que, colocada para arrumar seus brinquedos, interessa-se por inventar brincadeiras intermináveis, não arrumando nada.)
E ainda nem cheguei nas revistas... nos papéis... cartas... cartões... pequenas anotações... cadernos antigos... agendas, dezenas delas... já disse que gosto de escrever, não digitar?
Acabou o tempo... pequei uma caixa grande... arquivei o passado remoto... mantive próximo o passado recente... não me desfiz de nada... não é fácil se desfazer de histórias bem contadas.

Escrito com cinza de cana...


Estou sem inspiração, não porque não tenho o que escrever. Falta jeito, vontade, motivo...
Poderia discorrer sobre a terapia, a família, o trabalho, o cotidiano, enfim... a vida tem transcorrido com material farto para contos, poesias, crônicas, romances e até épicos; todos os tipos literários...
Mas me falta o tesão, a paixão, a libido.
Preciso disso pra dizer de mim... jorrar... gozar em códigos gramaticais...
Estou mais para fotografar, cantar, dançar, até assistir a um filme... nem a ler estou...
Estranho... não me pego sem vontade de ler desde que tive pielonefrite...
Mal estar que lembra uma dieta... recuperação de um mal que devastou minha alma... são dias e dias de consumição... estou em cinzas... com sorte quem sabe fenix surja... chacoalhando as cinzas do colo... então... esperar um amor que não fosse etílico.

QUERIA MAIS


Queria mais
Mas sei que é tudo que aconteceria
Queria mais
Mesmo sabendo que mais não caberia
Queria mais
Porque Querer é meu sobrenome
E Mais é meu apelido
Queria mais
Sabendo que feria
Mas sou assim
........Sabes
.......................Firo
........Se não
.......................Não sou
........Sou nas feridas dos outros
.......................Que refletem todas as minhas
Queria mais
Tinha bebida
A música nos movia
Queria
Mais que um flerte de bar
Mais que um beijo de despedida
Mais que um gosto de querer, mas...
Querias mais???

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

A menina e a mosca (PRIMEIRA PARTE)


Será que toda menina de doze anos gosta de mexer na sua bucetinha?
Se é comum entre as meninas essa agitação... com ela não era diferente.
Para ela isso era coisa natural, instintiva, incontrolável... como seu apetite pelo melado de açúcar ...
Menina feia, cariada, cabelo joãozinho, muitos piolhos a lhe fervilhar a nuca, muitas lêndeas a lhe branquear os fios negros de seus cabelos escorridos cheirando a sabão de soda...
Gozava várias vezes por dia, ia sem tabu ou pudor; procurava o banheiro sempre que alguma visão, movimento, frustração ou toque lhe despertava a lembrança do ato, estava viciada... era sua fuga... válvula de escape... universo paralelo, nem sagrado e nem profano, estava além disso, muito pelo contrário...
Quando andava de bicicleta, roçava-se no banco ou no cano (se bicicleta fosse do irmão)...quando subia na árvore, ficava sentindo o tronco a lhe esfregar no "grelhinho" até este ficar inchado, doído... era maluquinha...certa vez deixou uma cadela lhe lamber, foi a loucura, água na boca, cãibras, calafrios, sempre misturados com suor de barata nos pelos crescendo... perereca azeda... unhas dos pés encardidas e as dos dedões encravadas, fedendo a carniça... as da mão roídas... ia para o chuveiro sempre na intenção de utilizá-lo além do banho (o pai havia cruelmente tirado o cheveirinho), mas não havia dificuldade... ficava de pernas para o ar... deixando a água do chuveiro cair em sua buceta a fazê-la viajar para outros espaços mais felizes... queria estar sempre assim: excitada, com tesão, desconcertada diante das sensações animalescas e febris... mas depois tinha medo, sentia culpa, ia a igreja aos domingos e... depois da missa... esforçava-se em não pensar mais naquilo... mas era só o domingo acabar e... o sol da segunda esquentar seus miolos congestionados de parasitas... estava ela lá... enfiando os dedos, molhados de saliva, no interior de suas calcinhas encardidas... não se aproximava da entrada vaginal, tinha pavor em se machucar, sangrar... mas o clítoris... que céu... era um lugar para ficar, morar, mecher, esfregar, até a exaustão... sua ilha particular...
Sentia-se estranha diante de seus familiares, a seus olhos pareciam nunca ter feito isso... pareciam não gozar... por isso preocupava-se em se esconder sempre... mesmo quando fazia debaixo dos lençóis, antes de dormir, no meio de uma noite sem sono ou quando acordava... para dar-lhe ânimo para viver... mas não gostava de fazer na cama...pois a mão ficava presa debaixo do seu corpo esguio e seu braço esquelético ficava dolorido, com sangue preso... sim era muito magra... figura andrógina... corpo sem forma, sem  geito, corpo masculinizado pela ausência de mamas, bunda ou quadris que lembrassem uma fêmea... seco, sem curvas, andava vestida como um menino. Enfrentava a vida como um menino... gostava de se masturbar como os meninos... falava o que vinha a cabeça como um menino... apanhava como um menino...
A fêmea só estava dentro de si... consumindo-a... incinerando-a, colocamdo em combustão expontânea seus poucos pelos, suas poucas carnes... sentia-se uma hiena em meio a suas próprias podridões e apetites...
Além disso, tinha mau hálito e corpo perebento... figura indesejável... imaginava, por isso, no momento de suas insanas promiscuidades, estar transando com todo mundo que, impossivelmente pudesse enxergá-la como pessoa, pessoas que encontrava pelas ruas, TV, missas e casas que ganhava algum trocado como babá ou faxineira... era muito criança... muito carente... faltavam-lhe olhares, que são sopros que sinalizam a existência, mesmo que temporária, do mais ignóbio ser...
Seu corpo denunciava isso, imatura, verde... verde de pele, numa anemia lombriguenta...
Doze anos, ninguém para beija-la, se apaixonar por ela ou desejá-la nos braços... aberração...
Sonhava em conseguir as coisas fáceis, como ganhar num jogo qualquer que o pai apostava pedindo sempre sua opinião para um número, um time ou um bicho, ele nunca ganhou e parou de jogar, ela também, além da sua siririca nunca obteve nada sem trabalho... o tripalium... o sacrifício dos pobres chafurdados na honestidade cristã demente.
Naquela tarde tudo estava como de costume, tinha ido a aula pela manhã (era boa nisso), almoço com batatinha ensopada (dava-lhe aftas), tinha enxugado a louça chorando (sempre apanhava para cumprir suas tarefas domésticas)... brincado um pouco na rua... lavado os calçado de todos (chorando novamente no seu calvário)... quanto chinelo... nunca ficava bem feito seu serviço... aí vinham os beliscões, puchões  de orelha, de cabelo e aqueles momentos de martírio e humilhação pública: "- preguiçosa, porca, imprestável, imundice" ... por aí afora... que merda... ela nunca ouvia um palavrão decente... nunca um "desgraçada, porra, caralho, biscate, vai se foder "... nunca... o pai não aceitava... até para lhe xingarem eram avarentos...
Foi correndo para o banheiro buscar seu refúgio... seu bálsamo ... chorando e maldizendo a irmã, a família, a casa, a vida... trancou-se naquele espaço frio e úmido, olhou para o espelho manchado do armário de escovas e teve dó de si... dó de sua existência sem sentido... dó do seu nada... sentou-se no vazo... um banheiro para dez pessoas... fedia a banheiro rodoviária ou de posto de estrada... tapete sujo, embolado e molhado próximo aos seus pés... precisava sair daquela realidade... buscava o ópio entre suas pernas manchadas pelas perebas, com cascas ou cicatrizes recente e antigas, arroxeadas pelos tombos e brigas na rua (além do seu próprio geito desastrado de acidentar-se em portas, maçanetas, cantos de móveis), esverdeadas pelo seu tom de pele indefinidos com tantas misturas étnicas... era brasileira... mestiça de tantas origens nômades na ilusão de melhores destinos para a prole, tantos êxodos, fugas da miséria para a pobreza, todos tinham dó de sua família, eram coitados... tantos coitos... tantos rebentos...
Tirou a calcinha e jogou-a enrolada dentro da pia cheia de pastas grudada, louça barata, amarelada, encardida, como o fundo de sua calcinha...
Estava cercada por azulejos num florido seboso, mal rejuntado, alguns trincados e na falta de outros o cimento embolorado, mofo, lodoso... muitos banhos... mijos...fezes... muita gente pra sujar...
Mas isso não a incomodava, nem a curtina de plástico com a parte inferior corroída e esburacada... nem um dos vidros quebrados... nada tirava dela a idéia fixa de sentir prazer... imaginava até uma autofelação... era urgente ter alguma compensação...
Abriu as pernas... cuspiu nos dedos da mão direita e com a mão esquerda abriu os grandes lábios que, como núvens, cobriam o seu sol... começou num vai e vem delicado... esperando que a excitação que trouxesse o líquido oleoso que iria deixar aquele momento mais liso, mais ágil... mais quente... conforme ia crescendo seu clítoris ia diminuindo seu olfato e perdendo os sentidos racionais... começava sentir-se embriagada... ia buscando um personagem para lhe desejar... lhe chamar... lhe possuir...
quando ouviu um zumbido... era a mosca... passeou sobre sua cabeça... depois fez um voo pelo banheiro, atraída pelo cheiro desagradável desse cubículo azedo, ácido, ardido...
O barulho que vinha de fora, a máquina de madeira redonda, a fazia ainda mais envolvida com a nova participante de sua terapia ocupacional... fazia com que ela adotasse aquele som e se tornasse cada vez maior... de repente a mosca pousou na cortina próxima de si... e olhou-a fixa e cinicamente.
(CONTINUA)

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

SONHOS E SONHOS...

QUERO QUE ME ASSUMA
            MORAR NUMA CHÁCARA COM FRUTAS
BEIJAR MUITO NA BOCA
            TER UMA FONTE COM PEIXES
SER DESEJAVA COM FORÇA
             ESPAÇO PARA ANIMAIS DOMÉSTICOS
SER AMADA
            ORQUÍDEAS
SER QUERIDA
           CACTOS
SER CUIDADA
           UMA SALA ESPAÇOSA, AREJADA E CLARA PARA LEITURA
SER ESPERADA
           TEMPO PARA O MESTRADO
QUERO CASAR DE NOIVA
            ESCREVER LIVROS COM POUCAS OU MUITAS MÃOS
NUM VESTIDO LILÁS
            PARAR DE SONHAR...

Tsunami

Death & Mathew
Gerson Watanuki

10:00 - Estou no trabalho cumprindo horas extras... Estou muito triste. Se queria me decepcionar, conseguiu. Eu não estou chateada só porque não foi e nem me avisou com antecedência, também não só porque o estacionamento estava vazio, o prédio escuro e, tirando o pessoal da limpeza e internos, só tinha eu sentada em frente a sua sala por 30 minutos, esperando por um milagre... Fiquei aborrecida por não ter sido avisada... tinha evitado que eu viesse "falando" o caminho todos sozinha com você até chegar ao consultório, com muito cuidado para não deixar que as coisas mais importantes evaporassem antes que pudessem chegar aos seus ouvidos... Fiquei esperando em vão... desconcertada... mas você disse que viria... mesmo que os outros não viessem... por isso não pude falar tudo que havia preparado no meu caldeirão... - Não pude te falar do quanto essa semana foi pesada para mim; - Não pude te falar do quanto estou para explodir a qualquer hora... em qualquer lugar... com qualquer um... como fazem as cadelas; - Não pude te falar o quanto culpo o Totem por ter me abandonado, não cuidando de mim, não cumprindo seu papel de controlar tudo aquilo que não quero que aflore como um EU descontrolado... me deixando solta para o Universo que eu não queria voltar a ser... e ainda de maneira mais agressiva; - Não pude te falar do meu ressentimento pelo quanto me dediquei a esse relacionamento com a ocupação quase que filantrópica, uma terapia ocupacional, e não tive o pagamento ou resultado esperado... acredito ser melhor do que um não alguém... preciso de "falar" tudo o que deixou de ouvir... Que sensação horrível. Uma dor quase insuportável (dói, dói muito, eu não consigo chorar... uma pressão que sufoca a voz e a visão... Foi assim até subir de volta ao estacionamento... sempre olhando para as pessoas dos carros que vinham, como se pudesse vê-lo chegando atrasado... numa angústia de justificar o que havia acontecido, amenizar minha dor, a sua ação (apenas um atraso é melhor que o esquecimento) Quando cheguei no carro o choro veio, infantil, estava protegida pelos vidros fechados para ninguém escutar os soluços, os gemidos, os grunhidos, o descontrole das tempestades de verão... Estou muito triste... e se choro é porque eu esperava que você... como bom ouvidor... tivesse um interesse maior pelo que passo... além de um simples protocolo... estágio... projeto... com tempo determinado para começar e terminar... Sei que não devia ter invadido seu espaço, já havíamos combinado assim,,, não quero fazer nenhuma besteira maior do que minha própria existência... Precisava abastecer mas não conseguia parar de chorar para estacionar em algum posto... segui até o trabalho, parei no estacionamento e tentei refazer meus olhos ardendo em brasa... Perdoe-me ter entrado, mas eu precisava muito... Não precisa continuar se não quiser... se não precisar mais de mim... mas que seja logo... abandonos repetidos ...não estou preparada. Eu só queria que me ouvisse. Eu te avisei do feriado. Mas confirmou... disse que viríamos... Enfim... Fiquei com o choro e com muitas idéias na cabeça que não puderam se esvaziar em você... se eu explodir... se eu não suportar... se for pesado demais...
Obs 1: 11:30 ao ligar em casa, recebi o recado, estou esperando... Obs 2: 22:16 coloquei o celular para carregar a bateria e recebi seu segundo recado... Obs 3: mas mesmo assim resolvi mandar o recado, para você me ajudar a entender porque sou tão dramática, tão visceral... que de lúcida não tenho nem a máscara...

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

ONTEM














Modigliani

Ontem a essa hora eu sorria, ria, vivia...
Eu falava abertamente, sugava suas histórias
Ontem nessa hora eu o admirava todo
Me expunha, como realmente sou
Expiava, espionava, explorava
Olhei, vi e observei em detalhes
Seus cabelos, olhos, boca movimentando-se em cada sílaba
Me interessava com todo corpo pelos seus contos e cantos, poesias sem pontos
Curioso como estávamos bem
Livres, juntos, esperando a sobremesa...
Ontem eu existia naquele instante autêntico
Na sua frente, no seu olhar, despida de máscaras
Existia.
Como sua, como minha.
Ontem existiu
Um buraco na existência
Um universo paralelo
Um abismo entre os olhares alheios
Quero mais "ontens"
Mais conversas despretenciosas
Risos ou choros em desabafos histéricos
extravazados
felicidade infantil... travessuras...
... sobremesas doces e molha
das dos seus beijos.
 












alberto sughi



Inédito Recado






















Recebi um inédito recado
Recados recebemos sempre
Mas inéditos, só a primeira vez
Era cândido e efêmero
Voava sempre entre borboletas e beija-flores
Lembrava uma fumaça que não se prende
Imitava núvens que desenhavam zepelins
Usava máscara sem bailes
Virava sombras em brailes
Era um recado de músicas dionisíacas
Flautas, harpas, cítaras o acompanhavam
Entre bosques, lençóis e carnes... oníricos...
Tímido, eficiente e passageiro
Não querendo ficar e deixando-se aos pedaços
Recados são recantos de idéias
Idealizando cantos de descanso ou campos de batalha
Guardei-o entre meus seios
Como se fosse possível prender
Pensamentos, sentimentos, vontades
Pois são seres alados, voláteis
Entre cavaleiros insanos
Nunca vem sozinhos e jamais partem incólumes
Modam de enfoque ou deformam onde tocam
Aos sussurros, grunhidos e gemidos
Abafados pelos espíritos curiosos
Recados
São alimentos para os sonhos dos condenados.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

IVAN LINS - TEM LETRAS DE MÚSICAS DELICIOSAS





PAIXÃO SECRETA
IVAN LINS






Quando abriu a porta e entrou
Mudou tanto a atmosfera
Que nem precisei dizer quem era
Bastou se aproximar de mim
Pra eu jogar fora o meu gim

E sem usar droga nenhuma
Estranhamente eu entrei numa
De contar piadas, de dar gargalhadas
Que quando me dei por mim
Já estava assim
Igual aos seres mais felizes
Aos que nunca estiveram em crise
Aos que já esqueceram suas cicatrizes
Remoçando outra vez
Meu coração

Eu estava revelando a todos
Minha paixão secreta
Minha paixão secreta
Minha paixão...

Quando abriu a porta e saiu
Mudou tanto a atmosfera
Que nem precisei dizer quem era
Bastou se afastar de mim
E o garçom me trouxe o gim




ESTAVA LENDO A POESIA DE SUA CANÇÕES... SÃO MUITO BONITAS... SE QUISEREM RELEMBRAR OU CONHECER MAIS.... LINK:  Ivan Lins













sexta-feira, 6 de novembro de 2009

HISTÓRIAS DE UMA BANHEIRA ROSA

Sempre que me pego a pensar ... profissão, sina ou tesão do meu eu atormentado... surgem algumas questões que não deixam de ser intrigrantes: a utilidade das coisas! 

                                                                                              Quando comprei a banheira rosa era para banhar a "luzinha" que estava chegando para clarear-me... e a banheira serviria para isso: deixá-la limpa e cheirosa, clara, claro.

Foi chegando e se aconchegando dentro de um cômodo quase pronto em móveis e objetos para os dias vindouros... e como tudo deve servir a algo (será?)... resolvemos que deveria se encher de coisas, das mais variadas, até que chegasse o momento de encher-se de água quente e acolhedora, então serviu para acomodar minúsculos sapatinhos, para moldar pés que ainda nem sabiam para onde iriam, também todas as trocas de roupas que foram sendo presenteadas e posteriormente seriam lavadas para uso (como de costume)...
Quando a vergôntea rebentou a banheira assumiu sua verdadeira função: guardar água para um banho, algo que lembrasse o lugar de onde brotam aqueles que não sabem ainda se lavar sozinhos... e assim foi por bastante tempo, exclusiva para o banho... porém, conforme vamos nos confirmando bípedes, alargar os horizontes é necessário (será?) e nos obrigam, e fazemos com os nossos, tomar banho em pé... logo, aos poucos, a banheira se torna supérflua para essa utilização... saindo assim do banheiro e indo para área de serviço:
ajuda para tirarmos as roupas da máquina, antes de colocá-las no varal;
ajuda quando tiramos as roupas do varal e colocamos para passar (como esse afazer da roupa é cansativo);
já foi utilizada para juntar brinquedos;
mini piscina para maiores brincarem no quintal com brinquedos/barcos que bóiam em alguma água reutilizável;
para colher frutas do pomar;
recolher água da chuva;
acomodar panelas cheias de alimento para não virarem no porta-malas do carro;
colocar muita louça suja, após um grande almoço, que não cabe na pia ou após ser lavada para secar ao sol;
armazenar as carne que chegam para churrasco "americano" próximo da churrasqueira;
colocar os milhos que vão sendo retirados da palha para a pamonha....
... E quando pensei que houvesse esgotado todas as possibilidades....
... a banheira serviu para colocar os pés de molho, para um serviço de manicure caseiro...
...Mas como tudo que é muito útil dura pouco (será?)... a banheira caiu e trincou o fundo...
... tenho muita dificuldade de me desfazer das coisas... mas tive que dar a última utilidade a ela... servir de material de reaproveitamento para catador de material reaproveitável... sei lá por onde ela "anda" agora... de qualquer forma (literalmente) deve ser útil em qualquer lugar onde se atrever a se oferecer por 1 e 99... como são úteis as pessoas em nossa vida... até que não percebamos um estrago em algum lugar nelas ou em nossos  nós que nos faça descartá-las...

domingo, 1 de novembro de 2009

A verdade é o mito.

O que existe e o que é verdade?
A filosofia apresenta olhares sobre esse conceito:
- Se pensarmos em termos materialistas/empiristas: só existe aquilo que os nossos sentidos podem comprovar, ou seja, nossa experiência, sensações (Locke). Nesse ponto de vista então, não existe nada confiável que não seja materialmente percebido.
- Se pensarmos em termos idealistas: primeiro existe o pensamento (para Hegel: ele apenas; ou aquilo que ele pensa), então, para os idealistas a matéria pode ser dependente da idéia que fazemos dela (Descartes), pode também ser apenas fruto da representação de nossas vontades (Schopenhauer).
- Já para Kant e os kantianos, o conhecimento verdadeiro só pode surgir do a priori (razão) mais o a posteriori (experiência). Uma forma de dizer que a verdade existe na aceitação de tudo?
Pensando assim, podemos dizer que tudo o que pensamos  é verdade, pois a partir do momento que é pensado, já existe; ou que tudo que experienciamos não existe, vivendo nós numa ilusão mental constante, enganados pelas ilusões que criamos...
De qualquer forma, desde a valorização da razão, a ciência e a filosofia tem buscado desqualificar o mito (como primitivo e sem sentido) esquecendo seu caráter explicativo, organizativo e compensatório (Lévi-Strauss), e numa ousadia repudiada por Nietzsche, se colocaram como deuses... só os desconstrutivistas (Marcuse) para quebrar com a idéia de uma razão pura e salvadora para mostrar todo poder bélico e nocivo da lógica cientificista (Foucault)... somos braços de um polvo curioso e angustiado em sua existência pensante... ninguém deve estar autorizado a ser sua cabeça.

E por falar em mitos... vamos saborear alguns do nosso Brasil varonil, de tantas mentiras contemporâneas...


sábado, 31 de outubro de 2009

minhas ilusões

MINHAS ILUSÕES
Asas e leões despedaçados...

Espera... do verbo nunca.

Lola
A esperança é um serial killer.
É o que sobra de nosso filme de terror cotidiano...
Da nossa rotina apolínica...
Da nossa pulsão de morte.
Mãe dos recalques e ressentimentos que assombram os nossos sonhos ... ou seriam pesadelos dionisíacos (bacanais).
A esperança é vampiro.
É zumbi.
É o demônio que ninguém se atreve exorcizar.
Mal hálito.
É esgoto, é febre, é medo de descobrir o nada que há além dessa existência natural/biológica.
Disfarçada em carta de baralho, meio chocolate, flores encontradas pelo caminho, palavras entrecruzadas, contos, poesias... em portas de botecos... um ou outro quase beijos... acorde: bela adormecida dos bancos de madeira - é a esperança, disfarçada de armadura que te veste para a próxima travessura cruel.



Mais um de meus delícios

O Psicanalista
http://br.olhares.com/Watanuki
... você me ligou, eu preparava o almoço, me perguntou se podíamos conversar nesse momento, lhe disse se preferia carne com batata ou carne de panela acompanhada com purê de batata... ficou um vazio... não sabia se queria rir... desligar talvez... me fazer alguma pergunta embaraçosa como seu costume ou, simplesmente, dizer que eu não lhe despertava o apetite...
... me ofereceu mais um espaço em sua agenda restrita (que bondade) ... ínfimo buraco negro... pensei em aceitar de pronto, sem pensar em outras racionalizações, já que era o único espaço em que iríamos dividir (ouvidos inquisitivos, olhos sabatinadores , atenção lógica), mas disse não, outros compromissos, queria mais. Porém não me encontrava em situação confortável para negociar. Parecia dicidido a manter-me em seu receptáculo de observação... utilizando-se de todos os meios físicos e metafísicos para evitar um contato/contágio... ainda não determinamos a patologia, como pode ser ou não transmitida, possíveis profilaxias... enfim... uma incógnita não deve ser ingerida. Estava de quarentena, provavelmente até quando for importante eu serei seu objeto, quando não mais, simplesmente mais um descarte, facilmente substituída por qualquer outra patética análise, é um ofício, um tripalium... afinal, não tenho nada para não ser feliz.
Obs:  o telefone tocou...

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Mais uma de Alice...

Para Tatiana
http://br.olhares.com/Watanuki
Não é fácil ser Alice nesse universo de naipes desgraçado.
Acompanhada por uma consciência vira-latas, que só a leva por caminhos de dúvidas, em busca de uma utópica saída para sua existência azarada e sem milagres.
Alice esbarra em tudo, em todos, tropeça, se esfrega acidental e propositadamente, incomoda e irrita, tira dos trilhos, da trilha, da rotina... Doida quer mudar o não-eu, essa tolinha, mal consegue suportar o seu eu...
Entre um furacão hegeliano e outro, quer chegar ao absoluto, o que quer desvairada?
Como os heróis contemporâneos, sem sacrificar nada, quer saborear a glória que só poderia ser aplaudida pelos comuns que ficam, herói não degusta vitória, herói morre, é o preço... que não quer pagar.
Ilude-se em orientar espantalhos (pérola a porcos) em salas desgastadas pelo descaso, pelo vandalismo das estacas de suas ignirâncias, reles almas de bronze.
Saca um abridor de latas de seu "imborná" para fatiar uma armadura de cavaleiro da Mancha que encontra-se vazia, sentimentos enferrujados, falta-lhe óleo, Alice o tem de sobra entre as coxas ... quer besuntá-lo para que possa julgar melhor sua marcha, longas e desajeitadas caminhadas...
Coragem (alma de prata), ah leão de tantos agostos mascarados, totêmicos, não passa de mito seu rugido, teme olhos negros e doces de Alice (que nada teme - nem o ridículo que se escorre em páginas de jornal, nem a poliandria de seus passos para estradas de valiosas pedras que serão atiradas a sua alma de Geni), não tema, não passa de outro mitos que não é puta, não é santa, nem tão pouco sagrada, nem ao menos profana... É apenas Alice, entre fumaças frenéticas e inebriantes (como as musas dos oráculos), entre a correria do tempo que lhe castiga durante o dia: pelo que acaba e não vive; durante a noite: pelo que vive e acaba, uma idéia constante de perda...
Surreal são suas refeições que devora sua antropofagia, sem preliminares ou fartura... flores que vis em lugares e cores artificiais (pintadas para agradar sua ilusão), mãe castradora (cortem a cabeça - alma de ouro).
O que pensar de Alice? Senão que é uma masturbadora que vive em função dos pousos de moscas sobre seu critóris em riste.
Sr. Coelho
http://br.olhares.com/Watanuki

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Fim?

Não gosto de filmes que não acabam...
Odeio filmes simplistas...
Detesto filmes óbvios...
O imprevisível é descobrir que não se gosta mais do seu enredo.
Não quer mais se maquear...
O figurino não cabe mais...
O texto está repetitivo (clichê)
Os figurantes já estão se envolvendo na trama.
Não quero mais participar desse seu espetáculo de palavras cruzadas, farpas e doces... trocadas entre caixas embucetadas entre uma pandora ridícula em seus sentimentos confusos, teimosos e patéticos... e um coringa/arlequim/bufão zombador das dores que não sente... muitas faces, personagens, máscaras, personalidades, para pouco espaço... estou com um pressentimento ruim... desses que sentimos no fim de filmes que nos surpreendem com seus desfechos, um nó, o novelo chegou ao fim... The end.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

sábado, 24 de outubro de 2009

Coisas que marcam...

Por mais que o outro lado do espelho me apaixone... eu preciso respirar...
http://www.youtube.com/watch?v=Vo_0UXRY_rY


Quando as coisas perdem o sentido é por que chegaram ao seu limite?
http://www.youtube.com/watch?v=eLoQteiJNOU

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

A caixa



A caixa estava vazia
Adornada por promessas, desculpas e esquivas
Pandora descabelada salivou a procura
Queria néctar, ambrosia, serpentes, cicuta, um tiro, uma forca, guilhotina (quem sabe?),
Mas nada a lhe esperar ... sem fogueira, abismos ou pranchas ao mar...
Uma garrafa na praia?
Um sinal de fumaça?
Códigos morses?...
Escrita cuneiforme?...
Ideogramas?...
Hieroglifos?...
Caixa vazia!
Sem sorte.
(Queria a metade da metade da metade...)

Era a sua vez... Rapunzel...

http://www.youtube.com/watch?v=-PWV4nxcH_c



Rapunzel, por que cortaste tuas tranças?
Será que eram apenas pesos, tão exaustivos como sua espera na torre?
Dama das longas madeixas...
Desistiu de sua dorotisse, nem tão  Dulcinéia Del Toboso de um Quixote vencido, nem tão Dorothy de um Oz desfacelado em copos de cerveja barata... menos ainda fada ou Ninfa com fios de uma Ariadne atada ao labirinto sem Minotauros ou Faunos ou Elfos descalços, entrelaçados em sua franja falsa, em sua falsa cabeleira de Medusa. 
Medéia? Atéia? ... ateia fogo as teias da sua gandaia...
Para que longas tranças se ninguém quer trepar para resgatá-la desse altar metafísico... onde só goza em sonhos... tranças sem transa... inúteis adereços para cabeças em corpos invisíveis... maldição dos que pensam...
Rapunzel sem forças, sem graça, das "tranças-escadas" para príncipes (principiantes) com acrofobia...
Cegos por tombos em espinhos algozes dos seus muitos aniversários...
Desgraças de não gozos.
Longos cabelos pelo chão... corpo "quase" pelado...
Rapunzel, castigada por meros rabanetes, rabo intocado... rabo de cavalo... arrastando-se agora pelo chão... sem colo, pelo seu colo seu cabelos vão caindo... formam um tapete onde os tolos se embaraçam por não saber se agora ainda há uma Rapunzel ou a miragem de uma égua tosada a trotar para longe...
Sem tranças despencam-se as torres e removem-se os que indicam que ainda sobrou razão em seu ato.

FRIDA KAHLO
Auto-retrato com Cabelo Cortado (na inscrição acima de Frida, lê-se:
“Mira que si te quise, fué por el pelo, ahora que estás pelona, ya no te quiero”
- Olha, se te amei foi pelo teu cabelo, agora que estás careca já não te quero.)

ÉTICA - AULA 6

ÉTICA II

Ética: é a área da filosofia que investiga os problemas colocados pelo agir humano enquanto relacionado com valores morais. Busca assim discutir e fundamentar os juízos de valor a que se referem as ações quando neles fundam seus objetivos, critérios e fins.
(ANTONIO JOAQUIM SEVERINO)


REVISANDO OS PRINCIPAIS CONCEITOS

»A ética não se confunde com a moral.
A moral é a regulação dos valores e comportamentos
 Considerados legítimos por:
Uma determinada sociedade
Um povo
Uma religião
Uma certa tradição cultural
Há morais específicas/grupos sociais mais restritos:
Uma instituição pública/privada
Um partido político



TODA AÇÃO É MORAL?

»Há muitas e diversas morais
Uma moral é um fenômeno social particular
 Não tem compromisso com a universalidade
 Com o que é válido e de direito para todos os homens
 Exceto quando atacada:
Justifica-se se dizendo universal, supostamente válida para todos.
Mas, então, todas e quaisquer normas morais são legítimas?



DA MORAL À ÉTICA

Não deveria existir alguma forma de julgamento da validade das morais?
Existe
Essa forma é o que chamamos de ÉTICA.
A ética é uma reflexão crítica sobre a moralidade.
Mas ela não é puramente teoria.
A ética é um conjunto de princípios e disposições voltados para a ação.
Historicamente produzidos
Balizador das ações humanas


FUNÇÃO DA ÉTICA

Ética
Referência para os seres humanos em sociedade,
Cada vez mais humana.
Pode e deve ser incorporada pelos indivíduos
Sob a forma de uma atitude diante da vida cotidiana
Capaz de julgar criticamente os apelos a críticos da moral vigente
Porém
Ética e moral
Não são um conjunto de verdades
Fixas, imutáveis
Estão em tensão permanente
Ética: função
A ética historicamente
Se move
Se amplia 
Se adensa
Ex.: A escravidão foi considerada "natural".


CARACTERÍSTICAS DA ÉTICA

A ética
Ilumina a consciência humana
Sustenta e dirige as ações do homem
Norteia a conduta individual e social. 
É um produto histórico-cultural
Define para cada cultura e sociedade:
O que é virtude
O que é bom ou mal
Certo ou errado
Permitido ou proibido


ÉTICA UNIVERSAL

 Ética é universal
 Quando estabelece um código de condutas morais
 Válidos para todos os membros de uma determinada sociedade


ÉTICA RELATIVA

Ética é relativa
Ao contexto onde vivem e agem os sujeitos  éticos
Social
Político
econômico


 POR QUE A ÉTICA É NECESSÁRIA E IMPORTANTE? 

A ética
Principal regulador do desenvolvimento histórico-cultural da humanidade.
Referência a princípios humanitários fundamentais comuns a todos os povos, nações, religiões
Sem as quais
A humanidade já teria se despedaçado até à autodestruição. 


DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS

A ética não garante o progresso moral da humanidade.
Princípios (da teoria a prática: cumprimento)
Justiça
Igualdade de direitos
Dignidade da pessoa humana
Cidadania plena
A "declaração universal dos direitos humanos", pela ONU (1948)
Demonstração de o quanto a ética é necessária e importante.
Como teoria dos acordos da nações, para sua prática.


CUMPRIMENTO DAS NORMAS ÉTICAS

Constituições brasileira incorporou as normas da ONU em 1988
É preciso que cada cidadão e cidadã incorporem esses princípios como uma atitude prática diante da vida cotidiana
Pautar-se por eles: 
Exercício pleno da cidadania (ética) 
Colisão frontal com a moral vigente
Sob pressão dos interesses
econômicos e de mercado
Degenerações.


POR QUE SE FALA TANTO EM ÉTICA HOJE NO BRASIL?

Não só no Brasil se fala muito em ética hoje.
Mas temos motivos de sobra para nos preocuparmos com a ética no Brasil.
O fato é que em nosso país assistimos a uma degradação moral acelerada, principalmente na política.
 Ou será que essa baixeza moral sempre existiu?
Será que hoje ela está apenas vindo a público?
São motivos suficientes para uma reação ética dos cidadãos conscientes de sua cidadania.


ÉTICA NO BRASIL

Desenvolvimento econômico
Vigente no Brasil
Situações práticas contrárias aos princípios éticos:
Gera desigualdades crescentes
Gera injustiças
Rompe laços de solidariedade
Reduz ou extingue direitos
Lança populações inteiras a condições de vida cada vez mais indignas


NORMATIZAÇÃO DA BARBÁRIE

Convivendo com situações escandalosas
O enriquecimento ilícito de alguns
A impunidade de outros
A prosperidade da hipocrisia política de MUITOS
Se não reagir pelos direitos proclamados por nossa constituição.
Civis
Políticos
Sociais


ÉTICA E CONVIVÊNCIA HUMANA

Ética
Intimamente ligada
Convivência humana
Problemas da convivência humana
Geram o problema da ética


NECESSIDADE DA ÉTICA

Há necessidade de ética
Os seres humanos não vivem isolados
Os seres humanos convivem não por escolha
Convivência implica sua constituição vital.
Há necessidade de ética 
Porque há o outro ser humano
Imediato, próximo, com quem convivo, ou casual
No futuro (temporalidade)
Está presente em qualquer lugar (espacialidade)


EU E O OUTRO

O princípio fundamental que constitui a ética é este
O outro é um sujeito de direitos.
Sua vida deve ser digna tanto quanto a minha deve ser.


ÉTICA COMO FUNDAMENTO
Ver imagem em tamanho grande
Fundamento
Do direitos e da dignidade do outro
Sua própria vida e a sua liberdade (possibilidade)
Viver plenamente.


ÉTICA E AMOR

As obrigações éticas da convivência humana
Pautar
não apenas por aquilo que já temos
já realizamos
já somos
mas, tudo aquilo que poderemos vir a ter
 a realizar
a ser.
As nossas possibilidades de ser são:
parte de nossos direitos e de nossos deveres
partes da ética da convivência.
A atitude ética é uma atitude de amor pela humanidade.


AMOR A HUMANIDADE

Para Hannah Arendt (1906-1975):

“A pluralidade humana, condição básica da ação e do discurso, tem o duplo aspecto da igualdade e diferença. Se não fossem iguais, os homens seriam incapazes de compreender-se entre si e aos seus antepassados, ou de fazer planos para o futuro e prever as necessidades das gerações vindouras. Se não fossem diferentes, se cada ser humano não diferisse de todos os que existiram, existem ou virão a existir, os homens não precisariam do discurso ou da ação para se fazerem entender. Com simples sinais e sons poderiam comunicar as suas necessidades imediatas e idênticas.” 



TODAS AS IMAGENS FORAM RETIRADAS DA INTERNET - GOOGLE IMAGEM



Vídeo – Nós que aqui estamos por vós esperamos (1998)
Título Original: Nós Que Aqui Estamos Por Vós Esperamos
Gênero: Documentário
Origem/Ano: BRA/1999
Duração: 73 min
Direção: Marcelo Masagão


Bibliografia Complementar – Escritos de Filosofia IV: Introdução à Ética Filosófica 1 Cód. do Produto: 133614 HENRIQUE CLAUDIO DE LIMA VAZ