sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Era a sua vez... Rapunzel...

http://www.youtube.com/watch?v=-PWV4nxcH_c



Rapunzel, por que cortaste tuas tranças?
Será que eram apenas pesos, tão exaustivos como sua espera na torre?
Dama das longas madeixas...
Desistiu de sua dorotisse, nem tão  Dulcinéia Del Toboso de um Quixote vencido, nem tão Dorothy de um Oz desfacelado em copos de cerveja barata... menos ainda fada ou Ninfa com fios de uma Ariadne atada ao labirinto sem Minotauros ou Faunos ou Elfos descalços, entrelaçados em sua franja falsa, em sua falsa cabeleira de Medusa. 
Medéia? Atéia? ... ateia fogo as teias da sua gandaia...
Para que longas tranças se ninguém quer trepar para resgatá-la desse altar metafísico... onde só goza em sonhos... tranças sem transa... inúteis adereços para cabeças em corpos invisíveis... maldição dos que pensam...
Rapunzel sem forças, sem graça, das "tranças-escadas" para príncipes (principiantes) com acrofobia...
Cegos por tombos em espinhos algozes dos seus muitos aniversários...
Desgraças de não gozos.
Longos cabelos pelo chão... corpo "quase" pelado...
Rapunzel, castigada por meros rabanetes, rabo intocado... rabo de cavalo... arrastando-se agora pelo chão... sem colo, pelo seu colo seu cabelos vão caindo... formam um tapete onde os tolos se embaraçam por não saber se agora ainda há uma Rapunzel ou a miragem de uma égua tosada a trotar para longe...
Sem tranças despencam-se as torres e removem-se os que indicam que ainda sobrou razão em seu ato.

FRIDA KAHLO
Auto-retrato com Cabelo Cortado (na inscrição acima de Frida, lê-se:
“Mira que si te quise, fué por el pelo, ahora que estás pelona, ya no te quiero”
- Olha, se te amei foi pelo teu cabelo, agora que estás careca já não te quero.)

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