domingo, 13 de junho de 2010

Mário Prata: X FEIRA DO LIVRO DE RIBEIRÃO PRETO - 2010

www.feiradolivroribeirao.com.br/2010/programacao.shtml
Já havia deixado aqui no Blog a minha felicidade pelo SHOW do Milton Nascimento, Flávio Venturini e Lô Borges... realmente, valeu a pena o sufoco entre a multidão do rebanho que se reúnem nesses eventos abertos, sem ao menos saberem o que estão fazendo lá... apenas seguem o FLUXO (detesto esta palavra)... mas, como já disse, tudo isso ficou muito pequeno perto desses poetas da música... foi catártico... estava precisando.
Mas, não o que foi isso que vim dividir aqui.
Estive ontem no Salão de Idéias com o Escritor MÁRIO PRATA, que já ganhou dinheiro (e ainda ganha) escrevendo pro teatro, pro cinema, pra televisão, pro jornal, pra revistas e, de algum tempo pra cá, com a literatura, inicialmente crônicas e contos e agora com os romances policiais. Foi divertido... ele é um cara muito experiente no ramo literário (no conteúdo e nas picaretagens do negócio), apresentou-se num bate-papo informal, passeou, como é característica sua, entre o passado e o presente, pontuando questões que dizem respeito ao meio cultural, literário, político, editorial, pessoal e econômico, usando a velha fórmula sofista... discurso persuasivo com um ar de despretenção... irônico, sarcástico, debochado, mas já cansado, senti nele um ar de Quixote... não uma decadência literária, mas física... das lutas juvenis... já tem currículo suficiente para o sucesso, quer escrever mais, sabe vender... não pensa mais na cultura para as massas... sabe que tem público certo... a sobrevivência com um certo conforto já lhe basta.
Na saída do Auditório Meira Júnior, após a palestra, uma exposição de arte com metal fundido apresentava vários Quixotes... de vários tamanhos e expressões... com um moínho ao centro... um chamado ao mundo dos que apenas sonham com um passado que não existiu, um futuro que não pode prever dentro de um presente previsível e saturado de batalhas e de escolhas que nos tiram o próprio sentido de felicidade, fechou a noite do dia 12 de junho, no retorno a caverna... todos dormiam... até os peixes com seu olhos abertos.

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