sexta-feira, 7 de agosto de 2009

SOU FILÓSOFA.


Ébrias... lúcidas... ilicitas
Joana D'Arc das batalhas afetivas
Eva devoradora de pecados
Dalila vampira de suas forças, a fêmea dos louva-deus
Cleópatra dominadora de suas carnes e tronos
Simone de Beauvoir livre nas suas vontades, dona dos pesadelos
Hannah Arendt a procura do milagre
Mulheres estéricas de Freud, banhos frios
Mulheres herética medievais, fogueira
Mulheres esquerdistas e subversivas, câmara de gás
Mulheres míticas e coisificadas, o altar
Mulheres heréticas assexuadas, o trono
Mulheres esposas anuladas, o fogão
Mulheres das tarefas menores, menor paga
Coxa, muda, cega, surda ... inválida blasfêmia, fêmea
Chica da Silva entre suas coxas
Olga mãe, Olga mulher, Olga revolucionária, fragmentada e exterminada
Muitas partes, muitas funções, vidas inaltênticas
Sra Mandela, Sras sem nome e rosto, africanas e insanas
Sras Indianas e suas castas, e seus castros
Sras pornôs, insólitas, risonhas, costurar sua ironia
Sras Putas impuras, impunes nunca
Línguas, prisões, fogueiras, soslaios, dedos apontados, apedrejamentos...
Mulheres em carne e idéias incólumes, incaltas ... em luto, luta
Fogo, guilhotina, fornalhas, fuziladas, fudidas...
Olhares julgadores sempre masculinizados
Pagas, pragas, pagãs
Olhares desumanos que condenam
Condensam suas almas a um rótulo justo:
LOUCAS.

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