terça-feira, 1 de setembro de 2009

Antropologia - Aula 3


DESENVOLVIMENTO TEÓRICO DA ANTROPOLOGIA. 
As escolas evolucionista, difusionista e historicista. A escola sociológica francesa. O funcionalismo e o estrutural-funcionalismo na Antropologia Social Inglesa.


AS ESCOLAS EVOLUCIONISTA






»Período
Século XIX
»Características
Sistematização do conhecimento acumulado sobre os “povos primitivos”.
Predomínio do trabalho de gabinete
Análise de material arqueológico, paleontológico e histórico.


EVOLUCIONISMO: POLÊMICA CIENTÍFICA



AS ESCOLAS EVOLUCIONISTA







»TEMAS E CONCEITOS
Unidade psíquica do homem.
Evolução das sociedades das mais “primitivas” para as mais “civilizadas”.
Busca das origens
Perspectiva diacrônica
Estudos
Parentesco
Religião
Organização Social.
Substituição conceito de raça pelo de cultura.



AS ESCOLAS EVOLUCIONISTA





»Principais representantes e obras de referência
Maine (“Ancient Law” - 1861).
Herbert Spencer (“Princípios de Biologia” - 1864).
E. Tylor (“A Cultura Primitiva” - 1871).
L. Morgan (“A Sociedade Antiga” - 1877).
James Frazer (“O Ramo de Ouro” - 1890). 



ESCOLA SOCIOLÓGICA FRANCESA

Período
Século XIX
Características
Definição dos fenômenos sociais
Como objetos de investigação socio-antropológica.
Definição das regras do método sociológico.
Temas e conceitos
Representações coletivas.
Solidariedade orgânica e mecânica.
Formas primitivas de classificação
Totemismo e teoria do conhecimento.
Busca pelo Fato Social Total
Biológico + psicológico + sociológico
A troca e a reciprocidade como fundamento da vida social
Dar, receber, retribuir


ESCOLA SOCIOLÓGICA FRANCESA

Principais representantes e obras de referência
Émile Durkheim:“Regras do método sociológico”- 1895; “Algumas formas primitivas de classificação” - c/ Marcel Mauss - 1901;“As formas elementares da vida religiosa” -1912.
Marcel Mauss:“Esboço de uma teoria geral da magia” - c/ Henri Hubert - 1902-1903;“Ensaio sobre a dádiva” - 1923-1924; “Uma categoria do espírito humano: a noção de pessoa, a noção de eu”- 1938). 


AS ESCOLAS FUNCIONALISTA

Período
Século XX - anos 20
Características
Modelo de etnografia clássica (Monografia).
Ênfase no trabalho de campo
Observação participante
Sistematização do conhecimento acumulado sobre uma cultura.
Academicismo
Temas e conceitos
Cultura como totalidade
Interesse pelas Instituições e
suas Funções para a manutenção da
totalidade cultural
Ênfase na Sincronia x Diacronia. 


AS ESCOLAS FUNCIONALISTA

Principais representantes e obras de referência
Bronislaw Malinowski (“Argonautas do Pacífico Ocidental” -1922).
Radcliffe Brown (“Estrutura e função na sociedade primitiva” - 1952-; e “Sistemas Políticos Africanos de Parentesco e Casamento”, org. c/ Daryll Forde - 1950).
Evans-Pritchard (“Bruxaria, oráculos e magia entre os Azande” - 1937; “Os Nuer” - 1940).
Raymond Firth (“Nós, os Tikopia” - 1936; “Elementos de organização social - 1951).
Max Glukman (“Ordem e rebelião na África tribal”- 1963).
Victor Turner (“Ruptura e continuidade em uma sociedade africana”-1957; “O processo ritual”- 1969).
Edmund Leach - (“Sistemas políticos da Alta Birmânia” - 1954). 


CULTURALISMO NORTE-AMERICANO 

Período
Séc. XX - anos 30
Característica
Método comparativo.
Busca de leis no desenvolvimento das culturas.
Relação entre cultura e personalidade.
Temas e conceitos
Ênfase na construção e identificação
Padrões culturais (“patterns of culture”)
Estilos de cultura (“ethos”).


CULTURALISMO NORTE-AMERICANO

Principais representantes e obras de referência
Franz Boas (“Os objetivos da etnologia” - 1888; “Raça, Língua e Cultura” - 1940).
Margaret Mead (“Sexo e temperamento em três sociedades primitivas” - 1935).
Ruth Benedict (“Padrões de cultura” - 1934; “O Crisântemo e a espada” - 1946).


A ESCOLA ESTRUTURALISTA
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Período
Século XX -  anos 40
Características
Busca das regras estruturantes das culturas presentes na mente humana.
Teoria do parentesco
Lógica do mito
Classificação primitiva.
Distinção Natureza x Cultura.
Temas e conceitos
Princípios de organização 
da mente humana:
pares de oposição
códigos binários
Reciprocidade

A ESCOLA ESTRUTURALISTA

Principais representantes e/ou obras de referência
Claude Lévi-Strauss:
“As estruturas elementares do parentesco” - 1949.
“Tristes Trópicos”- 1955.
“Pensamento selvagem” - 1962.
“Antropologia estrutural” – 1958.
“Antropologia estrutural dois” – 1973.
“O cru e o cozido” – 1964.
“O homem nu” – 1971.

ANTROPOLOGIA INTERPRETATIVA 

Período
Século XX - anos 60
Características
Cultura como hierarquia de significados.
Busca da “descrição densa”.
Interpretação x Leis. 
Inspiração Hermenêutica.
Temas e conceitos
Interpretação antropológica:
Leitura da leitura que os “nativos” fazem de sua própria cultura.
Principais representantes e/ou obras de referência
Clifford Geertz:
“A interpretação das culturas” - 1973.
“Saber local” - 1983. 

ANTROPOLOGIA PÓS-MODERNA OU CRÍTICA 

Período
Século XX - nos 80
Características
Preocupação com os recursos retóricos
presentes no modelo textual das etnografias
clássicas e contemporâneas.
Politização na pesquisa antropológica
relação observador-observado.
Crítica dos paradigmas
Teóricos
“autoridade etnográfica” do antropólogo.


ANTROPOLOGIA PÓS-MODERNA OU CRÍTICA

Temas e Conceitos
Cultura como processo polissêmico.
Etnografia como representação polifônica da polissemia cultural.
Antropologia como experimentação
Arte da crítica cultural. 


ANTROPOLOGIA PÓS-MODERNA OU CRÍTICA

Principais representantes e/ou obras de referência
James Clifford e Georges Marcus (“Writing culture - The poetics and politics of ethnography” - 1986).
George Marcus e Michel Fischer (“Anthropoly as cultural critique” - 1986).
Richard Price (“First time” - 1983).
Michel Taussig (“Xamanismo, colonialismo e o homem selvagem”- 1987).
James Clifford (“The predicament of culture” - 1988). 


HISTÓRIA DA ANTROPOLOGIA SÉCULO XX

Com a publicação, de “As formas elementares da vida religiosa” em 1912, Durkheim, ainda apegado ao debate evolucionista, discute a temática da religião.
Marcel Mauss publica com Henri Hubert, em 1903, a obra Esboço de uma teoria geral da magia, aonde forja o conceito de mana.
Inicialmente centrada na denominada “Etnologia”, a Antropologia Francesa, arranca, como disciplina de ensino, no “Institut d´Ethnologie du Musée de l´Homme” em Paris, a partir de 1927.
No início, a disciplina se vinculara ao Museu de História Natural, porque se considerava a antropologia como uma subdisciplina da história natural. 


HISTÓRIA DA ANTROPOLOGIA SÉCULO XX

Ainda existia um determinismo biológico, segundo o qual se considerava que as diferenças culturais eram fruto das diferenças biológicas entre os homens.
Paralelamente a estes movimentos, na Inglaterra, nasce o Funcionalismo, que enfatiza o trabalho de campo (observação participante).
Para sistematizar o conhecimento acerca de uma cultura é preciso apreendê-la na sua totalidade.
Para elaborar esta produção intelectual surge a etnografia.
As instituições sociais centralizam o debate, a partir das funções que exercem na manutenção da totalidade cultural.


ANTROPOLOGIA PÓS MODERNA

Na década de 80, o debate teórico na Antropologia ganhou novas dimensões.
Muitas críticas a todas as escolas surgiram, questionando o método e as concepções antropológicas.
No geral, este debate privilegiou algumas idéias:
 a primeira delas é que a realidade é sempre interpretada, ou seja, vista sob uma perspectiva subjetiva do autor, portanto a antropologia seria uma interpretação de interpretações.
Da crítica das retóricas de autoridade clássicas, fortemente influenciada pelos estudos de Foucault, surgem metaetnografias, ou seja, a análise antropológica da própria produção etnográfica.
Contribuiu muito para esta discussão a formação de antropólogos nos países que então eram analisados apenas pelos grandes centros antropológicos.







TODAS AS IMAGENS FORAM TIRADAS DA INTERNET - GOOGLE IMAGENS.





BIBLIOGRAFIA
BRUGGER, Walter. Dicionário de filosofia - São Paulo: Editora Herder, 1962
CASSIRER, Ernst. Antropologia filosófica. Tradução: Vicente Felix de Queirós. 2ª ed. São Paulo: Mestre Jou, 1977.
FERREIRA, Aurélio B. de Holanda. Novo dicionário da língua portuguesa. 1ª ed. Editora Nova Fronteira. Rio de Janeiro
MARCONDES, Danilo. Filosofia, linguagem e comunicação. 3ª ed. rev. amp. São Paulo: Cortez, 2000.
MONDIN, Batista. O homem: quem é ele? Elementos de antropologia filosófica. Tradução: R. L. Ferreira e M. A. S.Ferrari. São Paulo: Paulinas, 1980.
MORA, J. Ferrater. Dicionário de filosofia – tomo I (A-D) - São Paulo: Editora Ariel SA, 1994
PRIETO, Silvia T.H. A natureza e o sentido da história em Max Scheler. Tese de Doutorado. PUC. Porto Alegre. 1991

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