quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Antropologia - Aula 6 - FIM

ANTROPOLOGIA NO BRASIL II



OS ESTUDOS DE COMUNIDADE

As décadas dos 40 e 50 realização dos “estudos de comunidade”
Fundamentados na observação direta de pequenas cidades ou vilas com as técnicas desenvolvidas pela Etnologia no estudo das sociedades tribais.
No Brasil se fez um número significativo dos mesmos.
Pretendia-se chegar a uma visão geral da sociedade brasileira
Através de muitos exemplos distribuídos pelas diversas regiões do Brasil
Voltados para objetivos específicos
Mudança cultural, persistência da vida tradicional, problemas de imigrantes, educação
Estado da Bahia foi dividido em seis zonas ecológicas, selecionando-se para estudo em cada uma duas comunidades, uma de cultura tradicional e outra progressista.
Vale do São Francisco
Darcy Ribeiro elaborou um projeto referente à Educação através do estudo de “cidades-laboratório”, partilhando sua direção com Oracy Nogueira.
Críticas
Que desdenham a documentação histórica
Que  não enfrentam a realidade social como processo
Do desprezo pelas relações da comunidade estudada com a sociedade mais ampla, tratando-a artificialmente como uma totalidade isolada, fazendo o pesquisador perder de vista certas conexões fundamentais.


A ABORDAGEM FUNCIONALISTA DO FOLCLORE

“Entende-se por folclore um corpo orgânico de modos de sentir, pensar e agir peculiares às camadas populares das sociedades civilizadas”
Folclore faz parte da cultura e, pode ser objeto de estudo da Etnologia.
Desde o século passado o folclore vem sendo estudado no Brasil por pesquisadores os mais diversos, tanto de formação acadêmica, a mais variada, como por pessoas que não dispõem da mesma, tanto por nomes de reconhecimento nacional como por estudiosos de âmbito local. Boa parte dos trabalhos sobre folclore são de caráter descritivo; quando chegam à interpretação, ela tende a tomar um cunho difusionista, no esforço de localizar regiões e continentes de origem dos costumes, ritos, mitos, técnicas estudados.
As atividades folclóricas foram abordadas segundo técnicas de contato face a face com os informantes e com uma interpretação que era compartilhada tanto por uns como pelos outros.
Além dos trabalhos de Florestan Fernandes a respeito do Folclore, convém consultar a bibliografia que Cristina Argenton Colonelli.


RELAÇÕES SOCIAIS ENTRE NEGROS E BRANCOS

Alguns pesquisadores deste período se dedicam ao estudo da herança cultural africana
Outros procuraram averiguar como se davam de fato as relações entre negros e brancos na vida cotidiana.
Tais pesquisas vieram constatar a existência do preconceito racial no Brasil, as barreiras impostas à ascensão social dos negros e as brechas através das quais eles procuravam escalá-las.
Numa segunda fase desses estudos, os pesquisadores se voltam para o próprio sistema escravocrata, procurando nele e na ideologia racial que a ele sobreviveu parte da explicação para os problemas das relações raciais na atualidade.
Retomando a pesquisa que realizara com Roger Bastide, Florestan Fernandes escreve A integração do negro na sociedade de classes (3ª ed., São Paulo, Ática, 1978)
Onde examina a situação do negro na cidade de São Paulo a partir da abolição.
Contrastando com os estudos dos anos 40, voltados apenas para o presente
Trabalho com tratamento histórico, distinguindo o desenvolvimento da situação racial em pelo menos duas fases que se relacionam:
A primeira, marcada pela competição que os negros sofrem dos imigrantes europeus agravada pela ideologia das grandes famílias proprietárias de terras;
A segunda, com o incremento da industrialização e ascensão de uma nova elite.
Ainda que de grande importância para a Etnologia, as relações sociais entre negros e brancos foram exploradas sobretudo por sociólogos mas com relação à televisão.
“O negro como expressão social”


A PARTIR DOS ANOS 60

Já nos meados da década de 50 o Rio de Janeiro passava a emular com São Paulo como um novo centro de atividade etnológica
Museu do Índio, órgão do então Serviço de Proteção aos Índios, onde foi ministrado pelo menos por dois anos.
Criado por Darcy Ribeiro,
“Curso de Formação de Pesquisadores Sociais” no Centro Brasileiro de Pesquisas Educacionais (CBPE)
Que pretendia ser uma continuação e ampliação do anterior, conforme notícia veiculada no periódico deste órgão
Instalou-se no Museu Nacional o “Curso de Teoria e Pesquisa em Antropologia Social”; nos dois anos seguintes.
Perdem o interesse pelos estudos de comunidade
Substituídos por pesquisas de caráter mais regional nas quais se examinam determinados problemas como
 O do campesinato; o dos assalariados rurais, dos trabalhadores urbanos; das frentes de expansão e pioneiras
A Antropologia Urbana se desenvolve, tratando primeiramente da migração rural-urbana e da vida nas favelas, para em seguida avançar no sentido das camadas médias, o comportamento desviante e as instituições totais.
Começa a se formar interesse em torno da Antropologia Médica ou da Saúde.


MUDANÇA DO FOCO INTERÉTNICO

Os estudos de contato interétnico atentam agora mais para o conflito entre interesses, regras e valores das sociedades em confronto
Preocupações de caráter estruturalista e etno-científico substituem as interpretações funcionalistas.
O próprio marxismo se torna um importante instrumental de interpretação, porém matizado por uma tendência que pouco a pouco vem caracterizando cada vez mais os trabalhos deste período: levar em conta os diversos pontos de vista a partir dos quais se pode ver e interpretar a realidade.
Relacionado com ela está o cuidado que se vem dando ao exame do papel do próprio pesquisador frente à sociedade estudada.
O crescimento do número de etnólogos com boa formação se reflete nos cursos de graduação, onde passam a lecionar, e, conseqüentemente, no movimento editorial, inúmeras teses são publicadas.
Sobre os novos rumos tomados pela Etnologia neste período, o jornal Movimento (1977) dedicou matéria em dois de seus números.


FRICÇÃO INTERÉTNICA E ETNICIDADE

Este estudo iniciou uma nova maneira de abordar, no Brasil, as relações entre as sociedades indígenas e os civilizados.
Esse projeto nasce de um crescente descontentamento com a noção de aculturação, sobretudo por não levar em conta as posições de dominação e de subordinação que tomam os membros das sociedades em contato, nem o conflito entre as técnicas, regras, valores das mesmas sociedades.
O emprego da noção de aculturação em alguns trabalhos implicava em conceder ao conceito de cultura atributos que contribuíam mais para obscurecer
Seja considerando-o como independente das mentes dos membros das sociedades consideradas, agindo segundo leis próprias
Seja confundindo-o com o conceito de sociedade
Fundados na noção de fricção interétnica autores tratam as sociedades indígenas.
A experiência de campo gerada por esses trabalhos levou a tomar certos grupos tribais como camponeses
Além disso, contribuiu para conduzir o interesse para o campesinato não-indígena e as frentes de expansão e pioneiras.
Os estudos de fricção também se voltaram para o exame do conflito de interesses entre determinadas populações indígenas e certas “frentes” não propriamente de caráter econômico, como missões e escolas.
Examinar a vida política interna dos grupos indígenas em conexão com as relações de contato com os brancos, levando em conta que o confronto entre facções indígenas envolve a manipulação e disputa de recursos colocados à disposição dos índios pelos brancos.
Se os estudos de fricção interétnica focalizam sobretudo os aspectos
Econômicos, sociais e políticos do contato
A face ideológica do mesmo passou a ser examinada segundo as noções de identidade étnica, grupo étnico, etnia, que, passaram a ser sistematicamente examinadas após 1970.


ETNICIDADE
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A noção de etnia implica
Uma classificação dos grupos ou categorias sociais segundo os membros dos grupos em confronto
Não a partir de uma classificação apriorística do pesquisador.
Os anos 70 foram marcados por um esforço em colaborarem com os povos indígenas pelos quais se interessam academicamente
Na obtenção de soluções para seus problemas mais urgentes

Demarcação de terras
Assistência médica
Instrução
Administração direta pelos índios de sua produção para mercado
Para essa Antropologia da Ação são importantes os estudos voltados para a etnicidade, mormente quando no próprio seio do órgão protecionista governamental alguns funcionários resolvem distinguir índios de não-índios a partir da quantificação de critérios tomados a priori e em desacordo com o estado atual dos conhecimentos etnológicos.
Os estudos de relações interétnicas têm sido realizados também com outras orientações, como aquela que sublinha o primado das relações econômicas e lida com a noção de modo de produção
A abordagem ecológica do contato, como é o caso do estudo dos Pataxó da Bahia ou outros no qual se comparam alguns grupos do Brasil Central: Borôro, Xavânte, Canelas e Menkranotí.


AS SOCIEDADES INDÍGENAS COMO TOTALIDADES SOCIOCULTURAIS

Neste período ganharam impulso os estudos sobre a estrutura social das sociedades indígenas.
Com base nessa experiência inicial, desenvolveu um projeto referente aos índios do Brasil central, sobretudo da família lingüística Jê.
Nos anos 70, além de continuar o interesse pelos Jê, retoma-se a atenção por mais três áreas, o alto Xingu, o alto rio Negro e Roraima, sendo que as duas primeiras tinham sido estudadas no período anterior, nas suas características mais gerais
Neste período, os grupos do tronco Tupi não chegaram a ser totalmente esquecidos.
década de 60
marcada por uma forte presença de alunos de doutorado norte-americanos
Década de 70
acrescentaram ingleses e franceses.
De qualquer modo, o número de brasileiros dedicados à pesquisa com sociedades indígenas cresceu, embora constituam minoria perante os brasileiros que se dedicam a outros temas.
Os estudos de totalidades socioculturais indígenas mostram, neste período, uma tendência a passar do funcionalismo ou do estrutural-funcionalismo para uma abordagem mais estruturalista ou influenciada pela etnociência, dando importância, variável segundo os casos, às classificações mantidas, conscientemente ou não, pelos próprios índios.


MITOLOGIA E RITUAL COMO SISTEMAS ATIVOS

No atual período
coleções de mitos continuam a ser objeto de cuidado dos
missionários católicos.
Sertanistas também se voltam para os mitos.
Os próprios índios, como é o caso de Umúsin Panlon Kumu e Tolamãn Kenhíri.
Destaque para Claude Lévi-Strauss (Mythologiques)
marcou uma reviravolta nos estudos de mitologia.
Os problemas que levanta com a análise de um grande número de mitos indígenas do continente americano, dentre os quais muitos do Brasil, constituem perguntas que animam outras pesquisas, não apenas sobre mitos, mas sobre muitos outros aspectos das culturas indígenas.
Além de inspirar vários artigos sobre mitos tribais escritos no Brasil.



MITOLOGIA E RITUAL COMO SISTEMAS ATIVOS

Se os mitos indígenas levaram à produção de vários trabalhos, os ritos, que deles não se podem desligar, deram motivo à produção de livros
Nesses livros não se estudam os ritos em si, mas se procura chegar a algo através deles, como a noção de pessoa para os índios Krahó
Tal como as análises de mito, os estudos de rito extravasaram o âmbito das sociedades tribais.
Tem tomado os ritos como uma porta de entrada para o conhecimento da sociedade brasileira.
Em outras palavras, desta vez são os etnólogos, mais do que os sociólogos do período precedente, que vão abordar temas do domínio dos folcloristas.
O estudo das crenças e ritos das religiões
Chamadas afro-brasileiras
Parece estar tomando esse mesmo rumo.





MITOLOGIA E RITUAL COMO SISTEMAS ATIVOS

Os esforços dos recentes investigadores dessas religiões se dirigem no sentido de mostrar que o recurso às origens africanas é insuficiente para interpretá-las.
Preferem
Explicitar o entrosamento delas com as outras instituições e a ideologia da sociedade brasileira atual
Ou com a situação e problemas imediatos de seus fiéis.
A vitalidade dos ritos e dos mitos talvez se demonstre de maneira mais patente nos movimentos messiânicos.
Apesar de seu caráter político, seus adeptos fazem deles participar personagens míticos ou rituais
nesses momentos de crise ritos e mitos rompem as molduras em que são normalmente contidos.


ESTUDOS REGIONAIS E ESTUDOS EM COMUNIDADES

Os chamados “estudos de comunidade” do período anterior
Substituídos
pelos que poderíamos chamar de “estudos regionais”
É possível que o primeiro desses estudos visava a comparar duas regiões brasileiras sujeitas a mudanças motivadas pelos modernos programas de desenvolvimento:
o Nordeste, de população densa, estabelecida há muito e foco de emigração;
o Centro-Oeste, de população rarefeita, mais recente, alvo de expansão.
Esse projeto foi realizado por professores e alunos do então recém-criado Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social do Museu Nacional.
A princípio dava a impressão de se ter fragmentado em um certo número de pesquisas individuais, mas duas áreas ganharam dos pesquisadores um interesse mais permanente:
uma foi a zona da mata nordestina, de plantação de cana e produção de açúcar, nos estados de Paraíba, Pernambuco e Alagoas;
a outra foi a área constituída pela margem oriental da Amazônia, ou seja, pelo leste do Pará, oeste do Maranhão e norte de Goiás, uma zona afetada por frentes de expansão e pioneiras de caráter diversificado.


ESTUDOS REGIONAIS E ESTUDOS EM COMUNIDADES

O trabalho de pesquisa na zona da mata nordestina gerou novos projetos elaborados também no Museu Nacional, em torno de um núcleo de pesquisadores que haviam participado do original.
De um modo geral seu ponto focal são as relações de trabalho nas empresas açucareiras nordestinas, as modificações que vêm sofrendo e todos os problemas a isso relacionados:
a expulsão dos moradores dos engenhos, o estabelecimento deles nas cidades, a conjugação de trabalho assalariado e temporário nas empresas açucareiras com o trabalho familiar nas terras em pousio dos criadores de gado do agreste, a decadência dos barracões das empresas e o desenvolvimento das feiras nas cidades da zona da mata, o pensamento dos trabalhadores a respeito de seu trabalho e das relações que mantêm entre si e com os patrões, a organização das suas relações familiares diversas.
Uma terceira região onde começam a se concentrar pesquisas etnológicas e sociológicas é a constituída pelo leste e o norte de Mato Grosso e que envolve várias instituições e projetos.
Os projetos que lidam com essa área tratam de problemas decorrentes do avanço das frentes de expansão e pioneiras.
A banda ocidental do Vale do rio São Francisco, na área fronteiriça entre Minas Gerais e Bahia, tem sido alvo de projetos abrigados pela Universidade de Brasília.


ESTUDOS REGIONAIS E ESTUDOS EM COMUNIDADES

Também como estudo regional pode ser considerado o projeto desenvolvido no interior de Sergipe, a respeito da evolução das relações de trabalho, e que conjuga a pesquisa etnológica com a histórica.
Deve-se registrar também um outro projeto, trata-se de “Hábitos e ideologias alimentares em grupos sociais de baixa renda”, por áreas rurais e urbanas, nos estados do Pará, Maranhão, Paraíba, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás e Distrito Federal.
Já existe uma série de estudos sobre temas específicos desenvolvidos, em pequenas comunidades.
Porém não se confundem com os antigos “estudos de comunidade”, por não pretenderem estudar totalidades socioculturais, mas apenas um determinado aspecto.
Seriam “estudos em comunidades”, passíveis de um tratamento comparativo a posteriori, uma vez que não previsto nos seus projetos individuais.
Apesar de tratarem de comunidades de pescadores, um simples deitar de olhos sobre seus temas nos mostra que poderiam ser incorporados a distintos estudos comparativos, juntamente com trabalhos sobre não-pescadores, sobre diversos assuntos:
sistemas de classificação
Antropologia da Saúde
identidade étnica
reprodução social
estratégias de sobrevivência


ESTUDOS REGIONAIS E ESTUDOS EM COMUNIDADES

A singularidade étnica de certas comunidades rurais também tem sido examinada em algumas pesquisas recentes, que oscilam entre os enfoques culturalista e etnicista.
Há vários outros temas sobre os quais versam estudos recentes, quase todos, como os que acabamos de enumerar, dissertações de mestrado: pequenos criadores de gado, agricultores camponeses, garimpeiros etc. Não vamos arrolá-los aqui, dada a exigüidade de espaço.
Se os estudos de comunidade do período anterior foram objeto de várias apreciações, tanto por parte de alguns de seus realizadores como daqueles que não os achavam adequados para atingir os objetivos a que se propunham, os estudos regionais e os estudos em comunidades não parecem ter até agora suscitado nenhum comentário crítico.


ANTROPOLOGIA URBANA

Durante a década dos 60 as pesquisas sobre cidade
se concentravam sobre as migrações da área rural para a urbana e sobre diversos problemas referentes às favelas, focalizados segundo os ângulos da marginalidade, participação, urbanização e desenvolvimento, que permitiam integrar resultados de diferentes disciplinas
trabalhos se utilizaram “técnicas qualitativas de análise de material obtido através de entrevistas ou observação participante”.
trabalhos de natureza interdisciplinar
Como exemplo desses trabalhos temos sobre migração para a cidade de São Paulo.
O tema da migração ainda perdura na passagem para a década seguinte
Também o tema da favela perdura.
Parece haver modificações significativas na Antropologia Urbana ao se passar para a década dos 70.
Uma delas é o crescente número de pesquisadores com formação em Etnologia que se ocupam dos fenômenos sociais que se dão no ambiente urbano
Além disso, tais estudos voltam-se também para problemas que afetam os estratos médios, como é o caso de certas formas de comportamento divergente.
Por fim, nota-se nestes estudos uma preocupação em considerar também a maneira como os agentes que são objeto da investigação pensam a respeito de seus próprios problemas e como ordenam seus conhecimentos e experiências referentes ao setor do mundo urbano em que vivem.


ANTROPOLOGIA URBANA

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Há trabalhos incluídos como aqueles referentes a religiões afro-brasileiras
 que se difundem sobretudo nas áreas urbanas e que cada vez mais se afastam das tradições africanas, para se amoldarem à ideologia das populações citadinas brasileiras.
Além da Umbanda, a atenção se tem voltado para outras religiões de caráter evangélico e proselitista, como o Pentecostalismo, que muito tem se expandido nas áreas urbanas.
Os trabalhos que tratam das concepções a respeito do corpo, das classificações de doenças, de hábitos alimentares, enfim, de temas que vêm sendo englobados sob o título de Antropologia Médica ou da Saúde, parecem se concentrar em pequenas comunidades rurais, ou pequenas cidades cujos moradores estão voltados para as atividades rurais, ou em certos setores urbanos nos quais se contam muitos migrantes de origem rural.
entre outros motivos por focalizarem o conflito entre o sistema médico tradicional e o sistema médico oficial, que tem seu baluarte nas grandes cidades. De qualquer modo, os trabalhos que tratam de saúde no ambiente urbano, fazem-no geralmente em conexão com outros temas, como a religião, em outras palavras, a cura por meios religiosos, como é o caso de “A cura no Vale do Amanhecer”
trabalhos sobre trabalhadores urbanos
no Nordeste e sobre os trabalhadores de uma fábrica têxtil
as relações entre homem e mulher
problema da velhice e/ou da juventude ao lazer e à política cultural.
O comportamento desviante tem sido estudado sobretudo em cidades
Boa parte dos trabalhos sobre desviantes, sobre a situação da mulher, envolvem as camadas médias urbanas.



Artes e artesanato

A descrição de artefatos foi uma característica dos trabalhos dos etnólogos do começo do século
preocupados que estavam com a elaboração de mapas de distribuição geográfica, que lhes permitissem reconstituir as trajetórias da difusão cultural.
Embora a atenção para com os artefatos nunca tenha desaparecido, ela deixou de ser um dos principais focos de interesse dos etnólogos, sobretudo no período dos 30 aos 60, ficando em segundo plano.
No período aqui focalizado, o artesanato volta a receber atenção, agora relacionado aos outros aspectos da cultura.
os batoques auriculares e labiais à cosmologia Suyá.
Os arcos e flechas dos índios brasileiros voltam a ser estudados
“Bases para uma classificação dos adornos plumários dos índios do Brasil”
Arte plumária dos índios Kaapor
estudos sobre cestaria.
o estudo da plumária sobre os Borôro
A pintura do corpo dos Xavânte e a dos Xikrín
estudo da cerâmica, produzindo A arte e o artista na sociedade Karajá
projeto no Xingu sobre “Etnologia e emprego social da tecnologia” e dos  Tukúna


Artes e artesanato

A Fundação Pró-Memória iniciou um projeto sobre a região Centro-Oeste,
sob a direção de George Zarur
voltando-se primeiramente para coleta e estudo de artefatos entre alguns grupos indígenas da região;
posteriormente passou, para o estudo do artesanato na população sertaneja da mesma região.
De fato, não somente as populações indígenas têm interessado aos estudiosos do artesanato, mas também as rurais
Uma das áreas mais descuradas, mas que começa a despertar o interesse, é a da música
baseada no material recolhido por vários pesquisadores e cronistas e resultado de um trabalho desenvolvendo a muitos anos.
O interesse dos etnólogos pela música não tem se restringido às sociedades indígenas
sobre a música popular brasileira
sobre a música caiçara.



TODAS AS IMAGENS RETIRADAS DA INTERNET - GOOGLE IMAGENS




BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
DA MATTA, Roberto. O que faz o brasil, Brasil? A questão da Identidade. In: ________ O que faz o brasil, Brasil? Rio de Janeiro: Rocco, 1991, p. 11-20.
CARDOSO DE OLIVEIRA, Roberto. O que é isso que chamamos antropologia brasileira? In:
________ Sobre o pensamento antropológico. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro/MCT/CNPq, 1988, p. 109-128.
PEIRANO, Mariza. Os antropólogos e suas linhagens. In: Revista Brasileira de Ciências Sociais, nº 16, julho de 1991, p. 43-50.
SCHWARZ, Lilia. Entre “Homens de Sciencia” In: O Espetáculo das Raças: Cientistas, Instituições e Questão Racial no Brasil 1870–1930. São Paulo: Cia das Letras, 1993. p. 23-42 (e notas p.251-254).
SCHWARZ, Lilia. Os museus etnográficos brasileiros: “Polvo é povo, molusco também é gente”. In:O Espetáculo das Raças: Cientistas, Instituições e Questão Racial no Brasil 1870–1930. São Paulo:Cia das Letras, 1993. p. 67-98 (e notas p. 257-259).
CORRÊA, Mariza. Traficantes do Excêntrico: os antropólogos no Brasil dos anos 30 aos anos 60. In: Revista Brasileira de Ciências Sociais, nº 6, fevereiro de 1988, p. 79-96.
PEIXOTO, Fernanda. Franceses e norte-americanos nas ciências sociais brasileiras (1930-1960). In: Revista Brasileira de Ciências Sociais . V. 1. São Paulo: Sumaré/FAPESP, 1989, p. 477-531.
PEIRANO, Mariza. O Pluralismo de Antônio Cândido In: ________ . Uma Antropologia no Plural. Brasília: Ed. UnB, 1991, p. 25-49.
PEIRANO, Mariza. A Antropologia de Florestan Fernandes In: ________ . Uma Antropologia no
Plural . Brasília: Ed. UnB, 1991, p. 51-84.
CORRÊA, Mariza. A Antropologia no Brasil (1960-1980) In: História das Ciências Sociais no Brasil. V. 2, São Paulo: Sumaré/FAPESP, 1995, p. 25-106.
RIBEIRO, Darcy. Antropologia ou a teoria do bombardeio de Berlim & DAMATTA, Roberto . A
antropologia brasileira em questão: carta aberta a Darcy Ribeiro & RIBEIRO, Darcy . Por uma antropologia melhor e mais nossa . In: Revista Civilização Brasileira.
RUBIM, Christina. Um pedaço de nossa história: historiografia da antropologia brasileira In: BIB– Boletim Informativo e Bibliográfico em Ciências Sociais, Rio de Janeiro, ANPOCS, nº 44, 2º semestre de 1997, p. 31-72.

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