sábado, 26 de setembro de 2009

ÉTICA - AULA 5

Ética na filosofia contemporânea

“Tudo que é sólido se desmancha no ar”
A contemporaneidade procura o valor que nos devem nortear diante de uma razão que não deu conta de resolver os problemas da humanidade.
Mundo em Movimento



HEGEL E A HISTÓRIA DO ABSOLUTO
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Se Hegel fosse vivo, diria: a Razão é negra.
“Se olharmos a história racionalmente, ela nos olhará racionalmente de volta”. Essa citação de Hegel expõe, em linhas gerais, o que o filósofo alemão compreende por Filosofia da História; ou seja, a observação refletida dos fatos históricos. O Idealismo Absoluto de Hegel não permite uma separação entre realidade e pensamento, o que não significa que a História deva ser, em vez da expressão mais fiel dos dados, uma composição por especulação filosófica. A conclusão que expõe a razão na história, verificada em seu olhar que dirige-se de volta ao filósofo, é o resultado da análise filosófica dos fatos expostos na História. Essa conclusão é única e necessária, e tem grande importância na Filosofia sistemática de Hegel, pois, o Espírito, que é razão, se autodesenvolve na História.

Hegel apresenta a perspectiva Homem – Cultura e História, sendo que a ética deve ser determinada pelas relações sociais. Como sujeitos históricos culturais, nossa vontade subjetiva deve ser submetida à vontade social, das instituições da sociedade. Desta forma a vida ética deve ser “determinada pela harmonia entre vontade subjetiva individual e a vontade objetiva cultural”. Instintivamente vamos seguindo a história, ou em desacordo mudar os valores.


Kierkgaard e a ética da angústia

Exposta em três tratados:
Estudos no Caminho da Vida, A Alternativa e Equilíbrio da estética e a Ética na formação da personalidade.
O salto entre os estágios existenciais em geral comporta a categoria do desespero.
Três formas de desespero: em-debilidade; o -reto e o demoníaco.
Os verdadeiros desesperados, são aqueles que ignoram o desespero.
doença mortal quando seu resultado é a sujeição do homem ao seu eu desesperado
Nele a morte é justamente o não poder morrer.
É na consciência que o desespero cresce em profundidade.
A imensa maioria vive em desespero, embora sentido apenas num nível bem inferior.
vida separada do bem, uma existência completamente a-espiritual a tal ponto que nem faria sentido chamá-los de pecadores.
O mal autêntico consiste em deixar-se em tal estado de ignorância em que se perde a consciência dos próprios atos e da própria qualidade moral.
Abaixo do que é autenticamente humano, à situação em que se torna impossível discernir o bem do mal.

Envolve a salvação e a perdição, o orgulho diabólico e a humildade cristã, o abandono e a eleição, a verdade e a mentira, a eternidade e o tempo.
É preciso desejar o desespero com sinceridade. Isto porque quem o deseja verdadeiramente, ao mesmo tempo também se liberta do desespero.


Arthur Schopenhaur – o pessimismo

Só os estúpidos esperam a velhice e a doença para perceberem a tristeza da condição humana.
A filosofia
uma construção teórica indiferente à vida
compreensão prática da vida, que lhe dá forma e que a orienta
sabedoria e cuidado de si mesmo.
Eudemonologia = arte de ser feliz.
Pretender que uma grande inteligência acredite seriamente numa religião cristã, ou em qualquer outra religião, é como pretender que um gigante calce uns sapatos de anão.

O sono é um pedaço de morte que nós, antecipando, pedimos emprestado com o objectivo de renovar a vida devastada no dia anterior. É um empréstimo pedido à morte. O sono endivida-se perante a morte para conservar a vida.
A condição para ser sábio é viver num mundo de loucos.
Não contem a noção de dever mas a noção de renúncia. Schopenhauer propõe uma santidade cristã que é meio caminho para o nirvana hindu. No homem a vontade é algo de que ele tem consciência como vontade de viver e ao mesmo tempo consciência de permanente insatisfação com o que ele é (segundo conhecimento, depois do conhecimento da vontade, é o da sua insatisfação) com o que faz, de modo que a única salvação é a superação da vontade de viver.A única salvação definitiva é a superação da vontade de viver. Para anular a vontade: a renúncia, como fazem os santos, e o nirvana da filosofia hindu (budismo e bramanismo).
A vontade é constante dor.
Isto faz que a sua filosofia seja um rigoroso pessimismo.  



Friedrich Nietzsche – vida

15 de outubro de 1844 em Röcken, localidade próxima a Leipzig. Karl Ludwig, seu pai, pessoa culta e delicada, e seus dois avós eram pastores protestantes. 
Em 1849, seu pai e seu irmão faleceram, cresceu, em companhia da mãe, duas tias e da avó. Criança feliz, modelo, dócil e leal, seus colegas de escola o chamavam "pequeno pastor". 
Em 1858, escola de Pforta, afasta-se do cristianismo devido a influência acadêmicas. Excelente aluno em grego, dedicou-se a filosofia. A partir de O Mundo como Vontade e Representação, de Schopenhauer (1788-1860).
Em 1867, foi chamado para prestar o serviço militar, mas teve um acidente. Voltou então aos estudos na cidade de Leipzig. 
amizade com Richard Wagner (1813-1883) Em 1871, publicou O Nascimento da Tragédia.
Terminada a licença da universidade para que tratasse da saúde em 1880, publicou O Andarilho e sua Sombra: um ano depois apareceu Aurora, com a qual se empenhou "numa luta contra a moral da auto-renúncia". Durante o verão de 1881, Nietzsche residiu em Haute-Engandine, onde teve a intuição de O Eterno Retorno.
Em 1882, propôs-lhe casamento e foi recusado, mas Lou Andreas Salomé desejou continuar sua amiga e discípula. No outono de 1883 voltou para a Alemanha residindo em Naumburg, com da mãe e da irmã.
Depois de 1888, Nietzsche passou a escrever cartas estranhas. Acabou sendo internado em Basiléia, onde foi diagnosticada uma "paralisia progressiva".
Nietzsche faleceu em Weimar, a 25 de agosto de 1900.

Friedrich Nietzsche – o além do homem
Na sua Filosofia há uma interpretação que conduz da dissolução da metafísica à ética do amor fati. A sua Filosofia, mormente a que se inicia com Assim falava Zaratustra, tem como questão central a construção de uma ética apresentada, nesse livro, como ética do amor fati. Os temas que constituem a vertente positiva do seu pensamento – vontade de potência, eterno retorno e além-do-homem – inter-relacionam-se a partir da perspectiva dessa ética que requer, como condicionante de sua compreensão, a superação da metafísica. O móvel condutor de suas análises está determinado pela afirmação incondicional da vida e é nessa afirmação que julgamos encontrar elementos para sustentar a hipótese da presença de uma ética no conjunto de sua obra afirmativa, ainda que se configure de modo diverso das formulações anteriores. 

A idéia do Super-homem de Nietzsche era de um ser que haveria alcançado o estágio superior, separando-se da piedade, do sofrimento, da tolerância e da fraqueza. Esse super-homem estaria sempre em um estado de renascimento e crescimento, sendo também capaz de determinar o bem e o mal sem a intromissão dos pontos de vista da igreja ou da sociedade. A felicidade desse super-homem só seria alcançada pela capacidade de determinar seus próprios valores, que deveriam estar sempre em estado constante de mudança, que era a fonte do prazer.


Ludwig feuerbach – o ser absoluto

A situação material em que o homem vive é que o cria. Feuerbach nega o conceito de que exista primeiro a idéia e depois a matéria. Para ele a maçã real precede a idéia da maçã. Afirma que deveríamos entender Hegel de cabeça para baixo. Para Feuerbach, Hegel descreve o homem de ponta-cabeça.

O homem quer agir para o bem dos outros, pelo bem geral. Tais atos não unem simplesmente o Eu e o Tu, mas fundem os indivíduos num povo. Portanto, o homem, deve ser elevado à vida política, que seria o campo das verdadeiras relações entre os homens. 
"A amizade é sublime: nela resplandece a força da humanidade.“ (Feuerbach) 

Karl Marx - vida

Karl Heinrich Marx (Tréveris, 5 de maio de 1818 — Londres, 14 de março de 1883) foi um intelectual e revolucionário alemão, fundador da doutrina comunista moderna, que atuou como economista, filósofo, historiador, teórico político e jornalista.
O pensamento de Marx influencia várias áreas, tais como Filosofia, História, Sociologia, Ciência Política, Antropologia, Psicologia, Economia, Comunicação, Arquitetura e outras. Em uma pesquisa da rádio BBC de Londres, realizada em 2005, Karl Marx foi eleito o maior filósofo de todos os tempos.
Marx – crítica ao capitalismo

A teoria marxista é, substancialmente, uma crítica radical das sociedades capitalistas. Mas é uma crítica que não se limita a teoria em si. Marx, aliás, se posiciona contra qualquer separação drástica entre teoria e prática, entre pensamento e realidade, porque essas dimensões são abstrações mentais (categorias analíticas) que, no plano concreto, real, integram uma mesma totalidade complexa.

O marxismo constitui-se como a concepção materialista da História, longe de qualquer tipo de determinismo, mas compreendendo a predominância da materialidade sobre a idéia, sendo esta possível somente com o desenvolvimento daquela, e a compreensão das coisas em seu movimento, em sua inter-determinação, que é a dialética. Portanto, não é possível entender os conceitos marxianos como forças produtivas, capital, entre outros, sem levar em conta o processo histórico, pois não são conceitos abstratos e sim uma abstração do real, tendo como pressuposto que o real é movimento.

Marx – ética do proletariado

Karl Marx compreende o trabalho como atividade fundante da humanidade. E o trabalho, sendo a centralidade da atividade humana, se desenvolve socialmente, sendo o homem um ser social. Sendo os homens seres sociais, a História, isto é, suas relações de produção e suas relações sociais fundam todo processo de formação da humanidade. Esta compreensão e concepção do homem é radicalmente revolucionária em todos os sentidos, pois é a partir dela que Marx irá identificar a alienação do trabalho como a alienação fundante das demais. E com esta base filosófica é que Marx compreende todas as demais ciências, tendo sua compreensão do real influenciado cada dia mais a ciência por sua consistência.

John Stuart Mill e a autonomia

Filho de James Mill. Nasce em Londres. Teve Bentham como professor. Estuda direito e filosofia. Visita França em 1821. Funcionário da Companhia das Índias Orientais de 1823 a 1858. Deputado em Westminster. Tenta conciliar o utilitarismo com o positivismo. Discípulo do utilitarismo de Bentham.Empirismo como fonte do conhecimento. Influencia o liberalismo. No fim mostra simpatia pelas teorias socialistas.
Sistematizam um conjunto de leis do liberalismo:

a lei do interesse pessoal ou princípio hedonístico (cada individuo procura o bem e a riqueza e evita o mal e a miséria), a lei da concorrência, a lei da população, a lei do salário, a lei da renda e a lei da troca internacional (o país mais pobre e menos industrializado beneficia sempre com a liberdade do comércio). 
Inteiramente liberal quanto à produção, defendendo o liberalismo concorrencial, considera que a justiça social, isto é a acção do Estado, pode intervir na distribuição :"a sociedade pode submeter a distribuição da riqueza às regras que lhe parecerem melhores".


Augusto Comte: AMOR, ORDEM E PROGRESSO

O estado positivo caracteriza-se pela subordinação da imaginação pela observação. Cada proposição enunciada de maneira positiva deve corresponder a um fato particular ou universal.

A filosofia positiva ao contrário dos estados teológico e metafísico considera impossível a redução dos fenômenos naturais a um só princípio (Deus, natureza ou outro experiência equivalente).
Essa unidade do conhecimento é individual e coletiva;
isso faz da filosofia positiva o fundamento intelectual da fraternidade entre os homens, possibilitando a vida prática em comum. A união entre a teoria e a prática seria muito mais íntima no estado positivo do que nos anteriores, pois o conhecimento das relações constantes entre os fenômenos torna possível determinar seu futuro desenvolvimento.

O conhecimento positivo caracteriza-se pela previsibilidade: “ver para prever” é o lema da ciência positiva. A previsibilidade científica permite o desenvolvimento da técnica e, assim, o estado positivo corresponde à indústria, no sentido de exploração da natureza pelo homem.
Em suma, o espírito positivo instaura as ciências como investigação do real, do certo e indubitável, das verdades absolutas, do precisamente determinado e do útil. Nos domínios do social e do político, o estágio positivo do espírito humano marcaria a passagem do poder espiritual para as mãos dos sábios e cientistas e do poder material para o controle dos industriais. 


O existencialimo

O ser no mundo
O homem nasce do homem
A finitude, a contingência e a fragilidade da existência humana; a alienação, a solidão e a comunicação, o segredo, o nada, o tédio, a náusea, a angústia e o desespero; a preocupação e o projeto, o engajamento e o risco, são alguns dos temas principais de que se tem ocupado os representantes do existencialismo.

Jean Paul Sartre

“Mas se verdadeiramente a existência precede a essência, o homem é responsável por aquilo que é. Assim, o primeiro esforço do existencialismo é o de pôr todo homem no domínio do que ele é e de lhe atribuir a total responsabilidade da sua existência. E, quando dizemos que o homem é responsável por si próprio, não queremos dizer que o homem é responsável pela sua restrita individualidade, mas que é responsável por todos os homens." 


Simone de Beauvoir

"Que nada nos limite.
Que nada nos defina.
Que nada nos sujeite.
Que a liberdade seja a nossa própria substância.”
Em 1949, a sociedade francesa foi abalada por um contundente ensaio publicado por uma das mais famosas escritoras do país: Simone de Beauvoir. O título era O Segundo Sexo, livro que desde então correu o mundo e contribuiu definitivamente para a emancipação da mulher contemporânea.

As oportunidades do indivíduo não as definiremos em termos de felicidade, mas em termos de liberdade.


Heidgger 

O ponto de partida do pensamento de Heidegger, principal representante alemão da filosofia existencial, é o problema do sentido do ser.
Aborda a questão tomando como exemplo o ser humano, que se caracteriza precisamente por se interrogar a esse respeito.

O homem está especialmente mediado por seu passado: o ser do homem é um "ser que caminha para a morte" e sua relação com o mundo concretiza-se a partir dos conceitos de preocupação, angústia, conhecimento e complexo de culpa.
O homem deve tentar "saltar", fugindo de sua condição cotidiana para atingir seu verdadeiro "eu".


Edmund Husserl

A ética a partir de três eixos temáticos, que se complementam:
a relação entre razão teórica e razão prática no interior da fenomenologia
o conceito de humanidade autêntica
a reflexão fenomenológica sobre a esfera do estrangeiro.
Parte-se do pressuposto segundo o qual o pensamento abre caminho para uma superação de duas atitudes éticas radicais: o ceticismo de caráter biológico e o universalismo abstrato. 

Pelo fato de conceber idéias, o homem se torna um homem novo, que, vivendo na finitude, se orienta para o polo do infinito.
“Penso algo pensado”


Escola de Frankfurt e o totalitarismo

Se enfrentar a crise filosófica e a crise política constituíram algumas importantes premissas da referida corrente de pensamento, que abordou temas essenciais como a problematização do conhecimento, a indústria cultural e as suas estruturas ideológicas e alienantes de dominação, certamente que muitos dos seus postulados podem ser úteis para a compreensão do mundo que vivemos.
Indústria Cultural


Homem unidimensional

Arte ascessível

Proletariado transformador

Consumismo 



Pós-modernidade e a ética da linguagem

Pretensão de sentido (compartilhamento de sentido com outros - com uma comunidade ilimitada de comunicação), pretensão de sinceridade e pretensão de direito moral.
Essa é uma nova característica da ética do discurso. Pois, agora, a pressuposição metodológica é o "eu argumento", pois sou membro de uma comunidade real e estou, ao mesmo tempo, antecipando estruturas de uma comunidade ideal, pois devo dirigir meus argumentos a essa sociedade. Devo supor a pretensão à verdade para todo componente dessa sociedade ideal.

Não posso pensar, ter pretensões à verdade, argumentar seriamente, sem pressupor as normas éticas fundamentais de uma sociedade ideal livre. Devo, desde o início, reconhecer que todos os componentes têm direitos iguais para perguntar, responder, etc. Eles são corresponsáveis comigo em qualquer questão relevante. Todos têm de ser iguais em termos de deveres e direitos. Assim, a ética aparece logo no início quando procuramos o que é pressuposto no estudo de teorias. Esse é o ponto principal.



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