quarta-feira, 12 de maio de 2010

Cadê o fio de Ariadne?

Sabendo que nosso inconsciente é um labirinto
E nossos sentimentos estão escondidos em seus cantos
Num descuido de amadores
Vamos deixando o sentimento que inventamos dos outros também entrarem
Digo inventamos sim
Recontamos pra nós o que ouvimos e vemos
Como nos convém
Vamos abrindo portas e mais portas
Com chaves, trancas, tramelas diversas
Requintes em portas aparentemente frágeis.
Quando não abrimos
Entram pelos vãos abaixo delas
Entram pelas portinholas na altura dos olhos da alma
Ou por outras com dobradiças para os cães na altura dos calcanhares de Aquiles
E como peraltice de esconde-esconde em biblioteca centenária
Os sentimentos não conseguem sair por onde entraram
Confundem nossas gavetas em prateleiras organizadas
Desarrumam nossos cabelos, pelos e pesadelos
Não encontram o minotauro para lhes devorar
Esperam por Cronos
a desfacelar-lhes as possibilidades
Ou pelas asas de Ícaro
para voar ao baile de onde não deveria ter saído.

Um comentário:

  1. Tem um rolo de barbante em minha gaveta, se precisar, (rs), não se ofenda, é só para lhe tirar um sorriso. Gosto muito de ler o que você escreve, apesar de não entender algumas coisas (que tenho que pesquisar depois), mas isso é bom, está alargando meus horizontes. (S.A.)

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