
Faz dias... não penso em você...
Como alguém que vai aos poucos se desintoxicando... com água... com soro... ou sangria.
Como um resfriado que se vai ... com o repouso... com um "suadô"... com um aconchegante capuccino.
Como a perda do bronzeado das férias... gradativamente... com a sombra... os banhos... as trocas de pele.
Como as flores das minhas orquídeas... perdendo o vigor... a beleza... o viço... a cor... o brilho... o perfume... das flores que vemos por aí... que pegamos pelos caminhos... presenteamos alguém antes que ela murche... flores em que me vias... flores que me trazias... Trasímaco... ou Quasímodo... mudo...
Como a visão do barco que parte cheio de metáforas do porto...de imenso a imensurável...
Aos poucos os filmes vão sendo apenas imagens sobrepostas de fotos que num momento viram movimento... instantes parados e móveis... voltam ao seu lugar de arte... com sua aura pura... descausados de qualquer efeito...
As músicas... sendo apenas uma harmonia entre poesia e melodia... só canção...
Os cafés apenas soluções estimulantes entre os intervalos e para o descanso...
E... aos poucos... tudo vai voltando ao seu lugar de ser... sem tentativas frustradas de conexões... só o preguiçoso acaso... aos poucos... bem devagar... vamos tentando nos acostumar com o dia, a vida, as escolhas, com os momentos, com as memórias, com a duração... com a dura ação da vida pesada nos ombros, desesperada por fazer sentido... tendo como cúmplice a poesia, algumas palavras e o luar...
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