terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Crônica de uma suicida


http://viajantes-da-eternidade.blogspot.com/2011/03/o-que-acontece-com-o-suicida.html

Olá! Estou só ouvindo música e pensando em mim e no vazio que estou sentindo. Vozes das ninfas me perturbam.
Saiba você que eu tenho muitos rapazes em quem pensar, mas nenhum pode ser meu. Vocação: "dedo podre".
Sabe, eu estou confusa, nunca pensei que pudesse me sentir assim. sou tão para cima, ágil, esperta, e de repente, sinto uma fraqueza, uma vontade de chorar. Eu estou sozinha, só, perplexa, cheia de desejos, cheia de sonhos, fantasias, loucuras mil, e o duro é que estou com as mãos atadas. Colada com uma mistura de Araldite, cuspe dos invejosos e sangue umbilical.
Tanta coisa pra dizer e ninguém pra ouvir. É dureza não poder sair, não poder me divertir, conhecer pessoas diferentes, libertar o que está engasgado dentro de você; poxa, eu não sou burra nem feia. Por que eu não tenho um pequena chance, só pra provar que tenho mentalidade suficiente para saber o que quero. Poxa, droga, eu não quero chorar, eu não mereço alguém só pra mim? Eu não merecia mais compreensão do meu pai? Eu trabalho feito uma condenada para provar responsabilidade, honestidade, para mostrar que não tenho preguiça e enfrento qualquer trampo. Será que eu levantando seis horas da manhã, indo para escola, não prova que eu não sou mais uma criança babaca? Sim, somos todos babacas das palavras que os homens santificam em livros dos livros.
Fiz dezessete anos dia 19/07 e me senti tão mal olhando para trás e não vendo nada. foram dezessete anos perdidos; não construí nada , amadureci muito, envelheci. e nada, nada pra provar que lutei, que sonhei, que planejei. Árvores, livros, filhos... todos mortos antes da concepção pelos dramas que teço em meus olhos negros.
Acho que vou ficar maluca, de tanto sonhar, planejar coisas que já estou cansada de saber que não poderei realizar. Ah, meu Deus, me ajude, não me conheço, sou estranha a tudo e todos e todos e tudo é estranho a mim... não sei o que pensar... não sei porque penso tanto... porque questiono tudo... porque duvido e critico o mundo que todos nem notam... me espanto por viver assim... à beira do precipício... esperando o empurrão da morte... fisica e metafísica que corrói minhas entranhas, minha vísceras... sou uma masturbadora de Dali, daqui, da cloaca Delacroix...
A quem possa interessar... se isso for viver... Adeus!

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