sábado, 28 de janeiro de 2012

Relações por um fio XXXIV

Moça,
Slides das três perguntas (Quero? Posso? devo?)... loucos e santos e tantos outros... para mostrar o quanto vejo você nas coisas que vivo... respiro você em tudo!!!

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco.
Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.
Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice!
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que “normalidade” é uma ilusão imbecil e estéril.
Oscar Wilde

(Eram falsas suas poesias, suas crônicas, suas flores pelo caminho, sua carta de baralho, suas músicas, olhares, tudo falso, falsas as gentilezas, os cafés, os bilhetes no armário, falsas preocupações comigo ou com os meus, falso os desejos, falsas as saudades e indignição... tão falsos como os meus sonhos continuam sendo)

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